domingo, 27 de fevereiro de 2011

Fogo no Paraná

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Alain Gresh: "Nada será como antes"


Alain Gresh é vice-diretor do Le Monde Diplomatique e autor de inúmeros livros sobre o Oriente Médio. Aqui, ele faz uma varredura para o l'Humanité da situação na Líbia durante os tumultos 
que envolvem 
 todo mundo árabe.



Entretien réalisé par 
Françoise Germain-Robin
Tradução: José Fernando Nandé

l'Humanité - Antes de fazer um panorama das revoluções no mundo árabe, gostaria de sua opinião sobre o ponto mais quente hoje, na Líbia. Após o discurso violento e ameaçador de Kadafi nesta terça-feira à noite, o que podemos esperar? Há meios dele levar a cabo suas ameaças?
 

Alain Gresh - É difícil dizer. O que é certo é que há grandes rachaduras no regime. Elas tornaram-se evidentes com a demissão de vários ministros e embaixadores  em outros países. Kadafi está agora isolado internacionalmente, mas também regionalmente. Os países árabes, que, na maioria dos casos, estão relutantes em intervir nos assuntos de seus vizinhos em nome da política de não interferência. A Líbia foi suspensa da Liga Árabe que a condenou firmemente pediu-lhe para escutar a população. E há a condenação da Organização da Conferência Islâmica. Isto irá agravar as fissuras no regime.
 
l'Humanité - Com que apoio ele permaneceria lá?
 
Alain Gresh - Ele ainda tem suportes tribais, especialmente em Trípoli. Mas há também os líderes tribais que têm apelado para a luta. É difícil em um país onde tudo é tão opaco e onde as tribos têm um papel tão importante saber exatamente com que e com quem ele realmente pode contar.Há também mercenários procedentes de outros países africanos. Isto não é novo,  faz tempo que Kadafi desenha construir o que ele chama de "Legião islâmica". Ele então voltou sua ambição de dominação para a África e é recompensados pelo recrutamento de tropas para o conflito. Mas, novamente, é difícil medir a importância disso e sua confiabilidade.

 
l'Humanité - Desde domingo, a maioria das cidades libertou-se fora da esfera de Tripoli. Há um risco de divisão do país?
 
Alain Gresh - Não se esqueça que a Líbia foi formado a partir de áreas que não tiveram a mesma história. Então eu não estou dizendo que o risco não existe. Mas hoje, todos os adversários que falam sobre como eles encaram o futuro, tanto os exilados e os que estão dentro, reforçam o seu compromisso de preservar a unidade do país.
 
l'Humanité - Quem são os insurgentes? Ao contrário do que aconteceu na Tunísia ou Egito, vemo-los em imagens de televisão em acenos de braços. E nós vemos que não há quase nenhuma mulher entre eles. Será este um sinal de um crescente islâmicos, como afirmam alguns?
 
Alain Gresh - Eu não acho. A oposição da Líbia é muito desigual. Há nacionalistas, democratas, os islamistas e monarquistas. Mas devemos lembrar que houve precisamente em Cirenaica e região de Benghazi, um exército forte insurgência islâmica que foi reprimida no sangue por Kadafi em 1990. Isto não foi esquecido e os islâmicos têm mantido alguns cargos e influência na região. Quanto às armas, na Líbia cada um tem a sua, é como no Iêmen. Gadafi, aliás salientou isso no seu discurso na terça-feira pedindo às pessoas para entregar suas armas ou então haveria um massacre.
 
l'Humanité - E a falta de mulheres?
 
Alain Gresh - Acho que isso reflete o fato de que a sociedade líbia continua altamente conservadora, é uma sociedade tribal, onde as pessoas tendem a não deixar as mulheres na rua, especialmente quando há perigo, quando o exército e Polícia disparam. Não obstante o fato de que foram feitos alguns esforços para dar às mulheres o mesmo status do homem, com o acesso à educação. Isso no esforço político de orientação socialista, que desenvolveu Kadafi nos primeiros anos da revolução.
 

l'Humanité - Existe um risco de que a Líbia se torne um Afeganistão, com os islamistas muito duro e áreas tribais quase incontroláveis, o que alguns observadores já estão prevendo?
 
Alain Gresh - Eu não penso assim, porque como eu disse, existem correntes muito diferentes na oposição, que parecem organizarem-se para assumir as cidades libertadas. Além disso, o princípio Islâmico da Líbia renuncia à violência. É verdade que há aí um componente a ser considerado, o Al-Qaeda e outro grupo de líbios que lutaram na AQIM (al-Qaeda no Magrebe islâmico). O colapso do Estado líbio, pode ser uma situação de anarquia, onde tudo pode acontecer. E este também é o caso de muitas outras partes do mundo árabe, especialmente na região do Sahel ou Iêmen.
 
l'Humanité - Especificamente, qual o reflexo do caos Líbia no mundo árabe?
 
Alain Gresh - Pode realmente ser assustador. Infelizmente, embora tenha havido mortos e feridos no Egito e na Tunísia, as revoltas do povo que conseguiu caçar os tiranos em seus países ocorreram de forma relativamente pacífica, incentivando, assim, as revoluções em outros países. Agora, o foco da mídia sobre a Líbia e a violência terrível podem ser assustadoras, mas não são representativas. São as circunstâncias, as situações diferem de um país para outro. Podemos temer o caos num país como o Iêmen, onde há também uma forte composição de tribos e divisões internas entre o norte e o sul, com a presença da Al-Qaeda. Por outro lado, isso pode ser um obstáculo para a revolta em um país como a Síria, onde há divisão entre sunitas e alauitas. Os sírios também não precisam seguir o exemplo da Líbia, com medo do caos em suas portas, o Iraque. Mas isso não pára por aí, em todo o mundo árabe há componentes comuns que levam as pessoas a levantes.
 
l'Humanité - Quais são eles?
 
Alain Gresh - O autoritarismo do Estado e o fato do arbítrio absoluto, em que qualquer um pode acabar espancado e torturado em uma delegacia de polícia, por motivos políticos ou não. Problemas sociais e econômicos, com uma deterioração da situação ao longo dos últimos dez anos pelas políticas ultra-liberais. Um estado de bem-estar corroído quando fortunas são criadas de maneira insolente. A população jovem - 50% têm menos de 25 anos - e formam ondas que caem no mercado de trabalho e não encontram emprego. No Egito, um milhão e meio de jovens comemoraram seus 20 anos em 2010. Esta juventude, mais educada do que as gerações anteriores, adquiriu outros padrões de pensamento. Ela cresceu em um mundo mais aberto, com acesso à TV, Al Jazeera, e à
 internet. Ela está imbuída com os ideais dos direitos humanos e liberdades fundamentais, que, ao contrário da crença anterior, não eram cultivadas pelas camadas intelectuais 
 e pequenos-burgueses. Foi adicionado a isso, também, a transmissão quase instantânea das experiências de outras nações: vimos como os tunisianos explicarem para os egípcios como se fazia para contornar a censura no YouTube e Facebook.
 
l'Humanité - Não é isso, por si só uma revolução, a possibilidade de um pensamento individual  em um mundo onde, tradicionalmente considerado,  isso era do chefe da família ou grupo?
 
Alain Gresh - Inquestionavelmente. E isso também afeta a esfera religiosa. Mesmo em relação ao Islã o pensamento se tornou individual, pessoal, como vimos no Egito. Os jovens têm uma consciência muito mais individual do que os mais velhos. É um movimento que levou muito tempo, que ainda é longo, mas que parece irreversível.
 
l'Humanité - Qual é o impacto dessas revoluções nos árabes palestinos?
 
Alain Gresh - Eu creio que os países árabes serão forçados a assumir posições mais firmes. O Egipto, em particular, que se tornou o nariz falso de Israel e dos Estados Unidos. Assim, o futuro não está escrito ali nem alhures e a contínua luta do povo e muitas coisas ficam intocadas. Mas qualquer que seja o futuro governo, ele deve ter em conta o parecer do público, a opinião pública que se pensava não existir, porque ela não tinha maneira de ser expressada. Todo mundo sabe o caminho ao qual se inclinava, e é por isso que Israel gostava tanto das ditaduras árabes. 
 Eu também acho que a queda de Mubarak é boa para a unidade palestina. O Egito, que foi  oficialmente o mediador entre o Hamas eo Fatah, realmente fez de tudo para impedir a reunificação. Internamente, os exemplos da Tunísia e Egito, também podem ser de esperança para uma juventude palestina que busca novas formas de luta, enquanto, obviamente, a geração que dirige a Autoridade chega a um fim. O governo israelense está plenamente consciente disso, como podemos ver em suas reacções.
 
l'Humanité - Israel não esteve sozinho no apoio as ditaduras árabes ...
 
Alain Gresh - De fato, para os governos ocidentais, o apoio a esses ditadores foi considerado como garantia da segurança do Ocidente e de Israel. Claro, você não pode ter uma política externa baseada unicamente em direitos humanos, mas não somos obrigados a endossar ditaduras como fizemos com o Ben Ali na Tunísia e no Egito com Mubarak, sem mencionar Gaddafi, na Líbia. Parece-me que a França e Itália conseguiram  se distinguir na proa deste barco, literalmente, desde que Berlusconi chegou ao ponto de se curvar à Kadafi e beijar sua mão, como mostra uma foto na sala dedicada à este evento histórico, no Museu de Tripoli.
 
l'Humanité - Mas em toda a União Europeia tem um acordo com ele, para conter os potenciais migrantes africanos e jogá-los em acampamentos.
 
Alain Gresh - Não é isso somente. Na Líbia, como em outros países árabes, a UE tem sido a força por trás da liberalização das empresas públicas, fingindo não ver que isso leva ao estabelecimento de uma economia levando a uma pilhagem predatória de recursos feito por grupos da elite a um nível inacreditável.
 
l'Humanité - Por que Barack Obama tem respondido mais rapidamente do que os europeus vis-à-vis à revolução árabe; entretanto, as atitudes dele foram rápidas em relação a Ben Ali e Mubarak no início, ao contrário da atitude contra Gaddafi, agora? Será que é porque ele não tem alternativa?
 
Alain Gresh - Os Estados Unidos foram os primeiros a fortalecer esses regimes no financiamento até mesmo de Mubarak. Se eles responderam rapidamente, é porque esperam continuar a orientar as futuras políticas nestes países de uma forma coerente com seus interesses. Mas não vamos cair na teoria da conspiração e ver a interferência dos norte-americanos por toda parte. Mesmo em países que estão totalmente sob seu controle, como o Afeganistão, eles não são o controle de tudo e que enfrentam constantemente Karzai. Dito isso, eles continuam a tentar orientar as coisas na direção de seus interesses, que têm um peso considerável, especialmente no Egito. No que diz respeito à Líbia, há uma dimensão particular, pois é um importante país produtor de petróleo que eles desejam que permaneça instável.

 
Alain Gresh, vice-diretor do Le Monde Diplomatique, é particularmente sensível às revoluções no mundo árabe, pois nasceu no Cairo, em 1948 .Ele é filho do militante comunista e internacionalista Henri Curiel e foi criado por um pai adotivo e pela mãe, coopta russa. Profundamente envolvido na luta pela libertação da Palestina, ele é o autor de vários livros sobre o Oriente Médio eo Islã
: les Cent clés du Proche-Orient (Hachette 2006), avec Dominique Vidal ; Israël, Palestine : vérités sur un conflit (Fayard, 2010) ; De quoi la Palestine est-elle le nom ? (Les Liens qui libèrent) ; l’Islam en questions, dialogue avec 
Tariq Ramadan et Françoise Germain-Robin (Actes Sud 2001). 

Entrevista realizada por FrançoiseGermain-Robin 
para o jornal francês l'Humanité 23/02, tradução de José Fernando Nandé.

Os palhaços que nos governam


As máscaras dos palhaços
Derretem-se em seus rostos...
Muita tinta e muito verniz,
Que cobriam a mediocridade
A desgovernar esta terra,
Transformaram-se em lágrimas
Da mãe que chora o filho morto.

O Paraná é violento,
Curitiba é violenta
E os sonhos do nosso povo
Aguardam missa de sétimo dia.

E como se chegou à carnificina
Dos finais de semana
E de todos os dias,
Em nossas ruas, em nossas praças,
Em nossas esquinas?

Ora, simples, simples assim,
Armou-se o circo da propaganda
E juntaram-se aos palhaços,
Que tiravam do povo
E davam aos ilusionistas,
Os magos da trapaça.

E desta maneira, no roubo,
No escárnio, na falta de vergonha,
Fizeram a propaganda
Do melhor estado do Brasil,
Da melhor cidade do mundo.

A mãe acreditou na ilusão
Por mais de quarenta anos,
Mas desabou na realidade
Ao ver o filho assassinado
Por um tênis, por um relógio,
Numa briga de trânsito, num racha,
Ou gratuitamente apenas.

Hoje chora a mãe,
Chora Curitiba,
Chora o Paraná,
Chora nosso povo,
Enquanto os ilusionistas
Retocam a pintura
Novamente, eternamente,
Dos palhaços velhacos.

Dedicatória do dia: aos políticos que não souberam cuidar do Paraná e Curitiba e entregaram o povo à insegurança e violência


De nihilo nihil. (Lucrécio 98-55 a.C.)
Do nada, nada.

Cui bono? (Cícero 106-43 a.C.)
A quem beneficia? Para quem serve?

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Hoje é uma das cidades mais violentas do país! Precisamos mudar isso e já!! Curitiba e o Paraná não merecem os governos medíocres que têm!!!

Crispim vai dirigir o Ibama no Paraná

O presidente do PMDB de Maringá, Umberto Crispim de Araújo, vai ser nomeado superintendente do Ibama no Paraná. Crispim é presidente do PMDB, foi gerente regional da Superintendência de Controle de Erosão e Saneamento Ambiental (Sucean) de 1986 a 1990, vereador de 1992 a 1996, chefe regional da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e diretor da Sanepar no governo Orlando Pessuti.

Faltam vagas em escolas da Barreirinha

A comunidade do bairro da Barreirinha e região está tiririca da vida e diz que a oferta de vagas no ensino fundamental por lá é precária. Ontem, moradores do bairro estiveram na Câmara de Curitiba e entregaram um abaixo-assinado pedindo a ampliação no número de vagas. As escolas estaduais Gelvira Correa Pacheco e Maria Pereira Martins seriam as únicas no bairro em condições de oferecer o ensino para as séries solicitadas pelos moradores. De acordo com as reivindicações, a escola municipal mais próxima estaria na Vila Nossa Senhora de Fátima. O vereador Jairo Marcelino (PDT) encaminhou a batata quente para o governo do estado e prefeitura de Curitiba

Dedicatória do dia - estas vão para o Kadhafi


Quos deus perdere vult, dementat prius.
Aqueles que Deus quer destruir, primeiro os enlouquece.
Sentença atribuída a Sófocles pois consta de seus escólios (cópias de obras antigas).
Na mesma linha, temos um provérbio de Publilio Siro:
Stultum facit Fortuna, quem vult perdere.
A Fortuna transforma em estulto aquele que quer destruir.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Vereadores ouvirão presidente da Urbs sobre contrato com a Clear Channel


Vereadora Julieta Reis pede uma reavaliação da Clear
Os vereadores de Curitiba querem que seja revisto o contrato firmado entre a Urbs e a empresa Clear Channel, concessionária responsável pelo mobiliário urbano da cidade. O objetivo principal é analisar a cobrança feita aos moradores que precisam realocar o equipamento, por razões de interesse público. A vereadora Julieta Reis (DEM) iniciou o debate, na tarde desta terça-feira (22), durante sessão plenária na Câmara de Curitiba, afirmando considerar injusto o valor exigido pela empresa terceirizada. “Julgamos injusto o valor que o contribuinte precisa desembolsar para realocar um ponto de ônibus que impede a entrada de veículos em sua residência”, enfatizou.
De acordo com Julieta Reis, atualmente, o requerente precisa pagar R$ 10 mil para deslocar, por exemplo, um ponto de ônibus que esteja impedindo o acesso de veículos à edificação. “Acreditamos que a empresa, que obteve, através de licitação, o bônus de poder explorar a propaganda, tem que ficar também com o ônus do crescimento e desenvolvimento da cidade. A cidade é dinâmica, não fica parada no tempo”, acrescentou a parlamentar, justificando a necessidade de reavaliar a questão e contribuir com a administração de Luciano Ducci.
O líder do prefeito na Casa, vereador João do Suco (PSDB), afirmou que a prefeitura prioriza o bem-estar da população e das famílias curitibanas e que a Urbs somente notifica os pedidos e faz a liberação autorizando a mudança dos equipamentos. “O valor cobrado fica integralmente com a prestadora de serviço”, acrescentou. Ele esclareceu que entrou em contato, durante a sessão plenária, com o presidente da Urbs, que se prontificou em atender a solicitação dos vereadores para rever a situação.
Os demais vereadores reiteraram a necessidade de buscar alternativas que atenuem o problema, para que o prejuízo não acabe com o contribuinte. Alguns deles contaram já terem solicitado mudança do mobiliário urbano, similares, mas sem sucesso por causa do custo. Na opinião do vereador Paulo Salamuni (PV), a concessão não pode ser considerada como uma negociação. “Eles são prestadores de serviço”, lembrou.
Tico Kuzma (PSB), segundo vice-presidente do Legislativo, compartilhou com a opinião de Julieta e deu continuidade ao debate, que se estendeu durante a sessão. “A Clear Channel é uma empresa de comunicação externa, que faz publicidade em outdoor, mobiliário urbano, ônibus, centros comerciais, táxis e painéis”, informou o parlamentar.
O primeiro-secretário, Celso Torquato (PSDB), e os vereadores Tito Zeglin (PDT), Professora Josete (PT), Caíque Ferrante (PRP), Roberto Hinça (PDT) e Emerson Prado (PSDB) também fizeram apartes, contribuindo para o debate.

Líbia: em todas as etapas, uma história conturbada



Françoise Germain-Robin (l'Humanité)

Antes de atingir a independência em 1951, a Líbia fez parte de muitos impérios. O país é composto de várias províncias, incluindo Trípoli, no oeste e Cirenaica, no leste, onde a revolta começou. o nome Cirenaica deriva da antiga cidade de Cirene, que foi no século VII AC, a capital de uma colônia grega, antes próspera, foi anexada pelo Egito. Tripolitânia pertenceu ao império cartaginês, antes de ser integrada com Cirenaica ao Império Romano. No século III, os romanos foram governados por Septímio Severo que era líbio. A Líbia serviu ao Império Romano como um baluarte contra a imigração da África, mesmo papel desempenhado hoje em relação à União Européia (UE).

Conquistada pelos árabes no século VII, em seguida, em 1551 por Suleiman, o Magnífico, torna-se parte do Império Otomano até 1911, início da conquista italiana. Foi colônia da Itália até a Segunda Guerra Mundial e palco de uma batalha feroz entre as potências do Eixo - Alemanha nazista e Itália - e os Aliados. Em 1945 é compartilhada pelos vencedores da guerra: a Grã-Bretanha ficou com Tripolitânia e Cirenaica, e Fezzan para a França, no sul.

Em 1949, a ONU posicionou-se a favor da independência da Líbia. O reinado da família real Sennoussi começou em 1951 e foi encerrado pelo coronel Khadafi num golpe militar em 1969. Em 1977, ele estabelece um novo regime para Líbia, baseado em comitês revolucionários, em que se estabelecia o "governo direto das massas". Sem eleições, Muammar Kadafi proclamou-se Guia para uma revolução permanente, cujos princípios estão reflectidos no Livro Verde, encontrado à venda em todos os idiomas.

Uma das ambições de Khadafi é conseguir uma união da nação árabe. Para tal, ele fez várias tentativas - com o Egito e Síria, e com o Marrocos. Anti-imperialista, Kadafi é membro ativo da rejeição frontal de quaisquer negociações com Israel sobre a questão palestina. Um dos líderes da OPEP, ele tenta conquistar o norte do Chade e com isso se torna inimigo dos Estados Unidos que falhou na tetativa de eliminá-lo, em 1986, em Tripoli.

Depois do atentado de Lockerbie contra um Boeing da Pan Am em 1988, a Líbia foi submetida a um embargo que só terminou em 2004. Ano em que começa uma fase ativa da reconciliação com os Estados Unidos e União Europeia. A Líbia renunciou a seu programa nuclear, e estava empenhada em combater o terrorismo, e efetivando acordos que preservavam a União Europeia do fluxo de imigrantes africanos. É este o jogo que o coronel Kadafi ameaça interromper se Bruxelas continuar com as críticas contra suas práticas de repressão na atual revolta. Quarto produtor de petróleo em África, a Líbia tem realizado uma liberalização da sua economia aos investimentos estrangeiros, especialmente com a Itália, e uma aproximação espetacular com Silvio Berlusconi e... Nicolas Sarkozy.

(Tradução do artigo de Françoise Germain-Robin publicado pelo jornal francês l'Humanité).

Usura dá aos bancos lucro recorde. Num país sério, os banqueiros e diretores desses bancos estariam presos por causa das tarifas e dos juros indecentes com que esfolam o couro dos brasileiros

Itaú/Unibanco 2010 R$ 13,3 bilhões
Banco do Brasil 2010 R$ 11,7 bilhões
Bradesco 2010 R$ 10,022 bilhões
Santander 2010 R$ 7,382 bilhões
Caixa 2010 R$ 3,8 bilhões
BicBanco 2010 R$ 348,7 milhões

Vereador quer saber por que a Clear Channel cobra R$ 10 mil para relocar um ponto de ônibus em Curitiba

O vereador Algaci Túlio (PMDB), líder da oposição na Câmara de Curitiba, está pedindo esclarecimentos à prefeitura sobre o contrato que terceirizou o mobiliário urbano da capital para a Clear Channel, ainda na época do segundo mandato de Cassio Taniguchi (DEM), que tinha como vice-prefeito, o atual governado Berto Richa (PSDB).
A desconfiança sobre o contrato apareceu depois que o vereador foi informado que a Clear Channel estaria cobrando R$ 10 mil para relocar um ponto de ônibus em frente ao portão de saída de veículos de um prédio residencial na avenida Anita Garibaldi (foto).
É bom lembrar que este contrato, praticamente secreto, pois ninguém sabe informar com exatidão o valor acordado, foi assinado sem que Taniguchi fizesse consultas à Câmara ou população. Da noite para o dia, Curitiba se viu privada dos pontos tradicionais de ônibus, em fibra de vidro, marca registrada da cidade, que foram substituídos por peças de gosto duvidoso com o propósito de se faturar com peças publicitárias.
Em Curitiba, a Clear Channel diz comercializar 2.900 faces publicitárias entre abrigos de ônibus e táxis, relógios eletrônicos, tótens informativos, painéis publicitários, colunas de internet, bancas de jornal, quiosques multiuso e bicicletários, garantindo uma alta freqüência e cobertura em toda a cidade. Pois é, mas o que ganha a população de Curitiba com esse negócio a empresa não explica e é isso que Algaci Túlio pretende também levantar.

A Clear Channel é a maior empresa do mundo em mídia exterior, com presença em mais de 50 países dos cinco continentes, onde comercializa Outdoors, Painéis, Mobiliário Urbano, publicidade em Centros Comerciais, Metrôs, Ônibus, Táxis, Mídia Aeroportuária e anúncios espetaculares na Time Square. Em seu site, a empresa informa que fatura anualmente mais de R$ 5,5 Bilhões em 870 mil espaços publicitários e em mais de 3.500 contratos de Mobiliário Urbano, 300 contratos com shoppings nos EUA e espaços em 60 aeroportos do mundo além de comercializar 60% do Time Square em Nova York.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ONU pode enquadrar Kadafi em crime contra a humanidade

O Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos Navi Pillay alertou as autoridades líbias que "os ataques sistemáticos contra a população civil poderiam ser tratados como crimes contra a humanidade."
"As autoridades devem imediatamente parar de tais atos ilícitos de violência contra os manifestantes", disse Navi Pillay, em comunicado. "A proteção dos civis deve ser sempre a principal consideração quando se trata de policiamento e do Estado de Direito", observou ela. "As autoridades devem imediatamente parar de tais atos ilícitos de violência contra os manifestantes", continuou ela, referindo-se ao uso que foi feito contra os manifestantes com metralhadoras, franco-atiradores e aviões de combate.
Ela também exigiu na terça-feira a abertura de uma investigação internacional independente sobre a violência na Líbia. "Estou extremamente preocupado com as vidas que são perdidas agora", disse. "O Estado tem a obrigação de proteger os direitos à vida, liberdade e segurança", acrescentou.
A ONU anunciou que o Conselho de Segurança se reunirá hoje para discutir a situação da Líbia, a pedido do vice-embaixador do país. A Liga Árabe deve realizar uma reunião de emergência esta tarde.
O registro da repressão na Líbia está agora em centenas de mortes: Human Rights Watch diz que foram de 233 mortos, enquanto a Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH) relataram 300 a 400 pessoas. (Tradução feita a partir de informações do jornal francês l'Humanité).

PCdoB acusa Rossoni de prevaricação

A Gazeta do Povo informa que o PCdoB do Paraná promete apresentar hoje uma representação por prevaricação contra o presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni (PSDB), no Ministério Público e na Ordem dos Advogados do Brasil. Em entrevista à Gazeta do Povo publicada no domingo, Rossoni admitiu ter conhecimento dos casos de funcionários fantasmas na Assembleia desde 2001 – época em que foi primeiro-secretário da Casa. Rossoni nunca denunciou as irregularidades até tomar posse como presidente do Legislativo, no início do mês.

Prevaricar é o crime que ocorre quando um servidor público (no caso, um deputado) não cumpre com suas obrigações legais. E todos os agentes do Estado são obrigados por lei, quando tomam conhecimento de irregularidades, a denunciá-las.

Na entrevista, Rossoni afirmou que não denunciou a existência de servidores fantasmas na Assem­­­bleia ao MP porque não tinha acesso a todos os departamentos da Casa. Ele ainda justificou que qualquer movimento que fosse feito na época seria obstruído e os problemas não seriam resolvidos efetivamente.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Só no Paraná! Ênio pede que Beto mantenha o leite das crianças!

Desculpe-me, mas a piada veio pronta! O deputado estadual Ênio Verri (PT), líder da oposição, está cobrando do governador Beto Richa a manutenção do programa do governo anterior chamado "Leite das Crianças". Não se sabe ainda se o pato de borracha entra na negociação!

Aumentos de tarifas podem provocar primeiras mobilizações pela internet no PR - os flash mobs

O Flash Mob surgiu como uma brincadeira na internet 
Na semana passada, os alunos do tradicional Colégio Arquidiocesano de São Paulo fizeram um big protesto contra o aumento no preço do pão de queijo vendido na Cantina do colégio. Um fato que poderia passar desapercebido se não fossem alguns detalhes:
1) O colégio é frequentado por filhos da Classe A/B de São Paulo;
2) Os protestos (flash mobs) foram convocados pelo Twitter, Facebook e torpedos no celular;
3) O aluno que convocou o protesto não é líder estudantil, militante ou coisa que o valha;
4) O aumento era irrelevante perante o poder aquisitivo dos alunos;
5) Não foram identificados líderes no movimento;
6) "O protesto do pão de queijo" foi o assunto mais comentado no Brasil nas redes sociais na semana passada.
7) O movimento dos alunos do Arquidiocesano confirma uma tendência dos flash mob reivindicatórios. Começam e perduram enquanto durar o problema.

Há uma discussão entre os internautas que operam nas redes sociais se é possível, no Brasil, movimentos como esses em escalas maiores e reivindicando coisas básicas como moradia, melhoria de condições de vida, acesso à educação e cultura, dentre outras. E também se é possivel organizar "do nada" protestos contra aumento de tarifas e contra a corrupção.


No Paraná, acreditamos que o teste de fogo virá nos aumentos das tarifas de água e luz. Em Curitiba, temos a desconfiança de que o aumento das passagens de ônibus pode ser o estopim para esse novo tipo de protesto que se alastra pelo mundo. Porém, como em todo lugar, uma vez começado o fim é sempre uma incógnita. Esperemos, pois, para ver!

Confira como "O Globo" (16/02), noticiou a manifestação do pão de queijo:

O protesto contra o aumento do pão de queijo da cantina de uma escola em São Paulo foi um dos assuntos mais comentados da internet durante 24 horas.
O boicote à cantina ganhou ares de manifestação política. Foi o assunto do dia no colégio Arquidiocesano, em São Paulo, e se multiplicou em vídeos pela internet.
Também pela internet, usando uma rede social, os alunos combinaram a estratégia: deveriam levar o lanche de casa e não comprar nada, porque o preço do pão de queijo tinha subido de R$ 2,30.
O tema passou quase 24 horas entre os tópicos mais comentados na internet brasileira. Mais do que um simples protesto por causa do preço do pão de queijo o que aconteceu hoje na escola paulistana foi uma demonstração da capacidade de mobilização dessas novas gerações. Inspirados no que vem acontecendo pelo mundo, eles aprenderam que podem usar o celular, conectado as redes sociais da internet, para se unir e exigir.
Nos últimos dias, protestos contra aumentos de passagens de ônibus em várias cidades brasileiras foram organizados pela internet.
Como em Porto Alegre e se você olhar agora na internet vai ver que os chamados continuam.
O estudante que começou o protesto na escola de São Paulo não esperava tanta repercussão.
“Postei no Twitter mais de brincadeira. Só que aí nisso todo mundo do colégio começou a continuar com essa campanha e tomou proporções maiores que isso”, diz o estudante André Périco.
Até o dono da cantina, que ouviu palavras desagradáveis e tinha tudo pra ficar irritado, elogiou a iniciativa.
"Acho que é um movimento legítimo, importante para formação desse pessoal, então não houve confusão, eles fizeram um protesto correto”, responde o dono da cantina Carlos de Campos.
Ainda sem saber se o pão de queijo vai ou não baixar de preço, as meninas do ensino médio comemoram. “Da liberdade de expressão para falar o que a gente pensa”, fala uma das meninas.

 O que é Flash Mob

Flash Mobs são aglomerações instantâneas de pessoas em um local público para realizar determinada ação inusitada previamente combinada, estas se dispersando tão rapidamente quanto se reuniram. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails, redes sociais, celulares ou outros meios de comunicação social.

Agências internacionais apontam massacre na Líbia

Muammar Khadafi

Pelo menos 173 pessoas foram mortas na Líbia desde o início desde aúltima terça-feira de acordo com relatório da Human Rights Watch (HRW), no movimento de revolta contra o coronel Muammar Khadafi, no poder há quase 42 anos. A maioria das vítimas foram mortas em Benghazi, a segunda maior cidade (mil quilômetros a leste de Tripoli), mas, segundo testemunhas contactadas pela AFP, os confrontos sangrentos explodiram no sábado em Musratha, 200 km a leste Capital.

Reduto da oposição, Benghazi tornou-se o cenário de "massacres", disse Fathi Terbeel, um dos organizadores do protesto, na Al Jazeera. "Parece uma zona de guerra aberta entre manifestantes e forças de segurança." Na capital da Líbia, a tensão era sentida neste domingo. Dezenas de advogados participaram de um protesto contra a repressão no tribunal, testemunhas e sites de oposição. Eles foram identificados pela polícia como jornalistas e curiosos foram afastados. Muitas pessoas estavam correndo para estocar alimentos, enquanto os comerciantes esvaziou as suas lojas, por medo de novos protestos. Leia mais l'Humanité...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

João do Suco é o líder de Ducci e Algaci Túlio da oposição

Algaci Túlio, líder da oposição

As novas lideranças partidárias da Câmara Municipal foram definidas nesta primeira semana de sessões plenárias do ano. O vereador tucano João do Suco é o líder do prefeito Luciano Ducci (PSB). Já a bancada do PT passa a ser liderada por Jonny Stica. Algaci Tulio é o líder da oposição.

Os líderes:

Emerson Prado(PSDB),
Julieta Reis (DEM),
Tito Zeglin (PDT),
Dona Lourdes (PSB),
Jonny Stica (PT),
Algaci Tulio (PMDB),
Zé Maria (PPS),
Juliano Borghetti (PP),
Paulo Salamuni (PV),
Valdemir Soares (PRB),
Caíque Ferrante (PRP),
Julião Sobota (PSC)
Dirceu Moreira (PSL).

Acusado de injúria racial, vereador Galdino volta ser ouvido por Comissão de Ética da Câmara de Curitiba

O Conselho de Ética da Câmara de Curitiba prosseguirá com a investigação das denúncias contra o vereador Professor Galdino (PSDB) na próxima segunda-feira (21), após a sessão plenária. Serão ouvidas três novas testemunhas, a pedido do parlamentar: Eliani Schuster, Claudimir Maciel Lopes da Silva e Miguel Fernando Pereira, assessores do vereador. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (17), após requerimento do advogado de Galdino.
“Estamos garantindo ao vereador o direito do contraditório, da ampla defesa. Já tínhamos como votar o relatório da vereadora Dona Lourdes (PSB) sobre o caso de suposta injúria racial, mas ela entendeu por bem ouvir os funcionários do Professor Galdino e vai aguardar a próxima reunião”, informa o presidente do Conselho de Ética, vereador Roberto Hinça (PDT). A análise dos outros dois casos, de crime eleitoral e quebra de decoro parlamentar, levará mais tempo, pois a defesa de Galdino pediu para ser considerado recente depoimento dado pelo jornalista Marcus Vinicius Gomes, ex-assessor do vereador, ao Tribunal Regional Eleitoral. As relatoras Julieta Reis (DEM) e Professora Josete (PT) receberam cópia da peça.
Participaram também da reunião Serginho do Posto (PSDB) e Aladim Luciano (PV), que será substituído por um suplente na próxima atividade do Conselho de Ética. O vereador estará em Brasília, em evento da organização da Copa de 2014.

Política no Paraná... É piada!


Administração da Assembleia deve primar por racionalidade e eficiência - release distribuído para a imprensa hoje. Então tá, tão racional quanto o Rossoni e tão eficiente quanto os projetos apresentados aos paranaenses.

Bélgica bate recorde "sem governo", estudantes protestam e senador propõe a "greve do sexo"

De acordo com o jornal francês l'Humanité (leia a reportangem), a Bélgica bate no dia de hoje o recorde mundial da crise política, são 249 dias sem governo, desde 13 de junho do ano passado, na eleição parlamentar. Só no Iraque tivemos algo parecido. Cerca de 30 organizações estudantis marcaram uma grande manifestação para o dia de hoje. "Estamos cansados de jogos políticos. Precisamos de um governo rapidamente e reforma das instituições que beneficie todos os belgas", disse Kliment Kostadinov, um estudante de Ghent. 
Kostadinov projetou com alunos de outras universidades flamengas e francesas uma série de ações denominado "frita revolução"  que vão ser realizadas em várias cidades .
O
centro de Antuérpia (norte) vai protestar com música, enquanto em Liege (sudeste), os estudantes realizam um "flash mob" (reunião popular marcada pela Internet). Em Louvain (centro), cerca de 300 pacotes (cones) de batatas fritas serão distribuídos gratuitamente. Em Bruxelas, uma reunião é planejada em frente ao tribunal.
Em Ghent (oeste), "249 pessoas vão se despir", disse Kostadinov.
Em janeiro, os jovens belgas reuniram em Bruxelas 35 mil pessoas na "manifestação da vergonha" e as sugestões de protestos foram as mais inusitadas.
O ator Benoît Poelvoorde instou os belgas não fazer a barba até a formação de um governo. Um senador pediu a seus compatriotas a "greve de sexo". Com essa crise, resultado de oito meses de impasses na formação de um novo governo, pois não se consegue no parlamento uma coalizão de partidos forte o suficiente para governar e todas as tentativas do rei belga para por fim ao impasse também fracassaram . Em decorrência da bagunça reinante, ganham forças os separatistas flamengos e os nacionalistas
.

A Bélgica é uma monarquia constitucional e uma democracia parlamentar

O parlamento bicameral federal é composto de um senado e uma câmara dos deputados. O primeiro é composto por 40 políticos eleitos diretamente e 21 representantes designados pelos parlamentos de três comunidades, 10 senadores cooptados e os filhos do rei, como senadores por direito. Os 150 deputados da câmara são eleitos por um sistema de votação proporcional em 11 circunscrições eleitorais.
O rei (Alberto II) é o chefe de estado, embora dispondo de prerrogativas limitadas. Ele nomeia os ministros, incluindo o primeiro-ministro, que têm a confiança da câmara dos deputados para formar o governo federal. O número de ministros de falantes do holandês e do francês são iguais, conforme prescrito pela constituição.