Para entender Itaipu voltemos ao ano de 2006. Na época, o ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), disse que as entidades fiscalizadores superiores do Brasil e Paraguai têm de atuar em conjunto para obter dos governos a decisão política de 'abrir as comportas' das empresas.
Em fevereiro, o então presidente do TCU, ministro Adilson Motta, entregou ao presidente Lula o pedido de autorização para fiscalizar as finanças de Itaipu. O presidente não se manifestou sobre o assunto. Motta justificou seu pedido afirmando que as finanças de Itaipu - que movimenta cerca de US$ 2,5 bilhões por ano - constituíam uma 'caixa-preta'.
A pressão para que Itaipu submeta suas finanças ao controle do TCU partiu do Congresso. Dois parlamentares tucanos, o senador Álvaro Dias e o deputado Luiz Carlos Hauly, ambos do Paraná, apresentaram projetos de lei sobre o tema. Hauly acusou a administração brasileira de Itaipu de superfaturar gastos com publicidade e utilizar recursos da empresa para cobrir despesas com campanhas eleitorais em 2004. A direção da empresa e o Partido dos Trabalhadores (PT) negaram as acusações.Em fevereiro, o PT ameaçou processar Hauly por crime de lesa-pátria por ele ter entregado a uma comitiva de deputados paraguaios um relatório sobre a movimentação financeira de Itaipu desde o início da administração Lula. O relatório foi utilizado pelos congressistas paraguaios para aumentar a pressão sobre o governo daquele país para que autorize a abertura das contas da binacional.A administração paraguaia da hidrelétrica tem sido constantemente acusada pelos deputados e pela imprensa de utilizar recursos da empresa para fins políticos.
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