sexta-feira, 4 de julho de 2008
TRE libera propaganda. Myrtis pode ficar na boca do povo ou o povo na boca da Myrtis
O TRE voltou atrás e revogou todas as anacrônicas proibições de campanha em Curitiba. Pois bem, logo que essas medidas foram anunciadas, denunciamos que elas estavam prenhes de absurdos.
Não é apenas uma tradição curitibana usar as ruas para a propaganda política e principalmente denunciar arbítrios, desmandos do poder público, fofocas e até mesmo casos de adultério. É uma tradição que começa já no desenvolvimento da gravura e escrita e está enraizada em todas as civilizações. Somos o que somos porque aprendemos a berrar em praça pública e porque rabiscamos muros, paredes e cavernas.
Proibir a propaganda de rua é o mesmo que ignorar séculos de história. Em Roma, as propagandas eleitorais se faziam nas vias públicas. Os mercados e os muros eram usados para anunciar ao povo candidatos.
Veja alguns exemplos baseados na tradução do que estava num dos muros de Pompéia:
Myrtis bene felas
(Myrtis, tu fazes uns felatios muito agradáveis. - fello ou felo, verbo que significa chupar, mamar).
C. Iulium Polybium / aed(ilem) o(ro) v(os) f(aciatis), panem bonum fert - (Peço-vos que votem em Júlio Políbio para edil, faz bom pão).
Lucius pinxit - ( Lúcio pintou isto).
Lucrum gaudium - (O lucro faz a felicidade).
Pituita me tenet - (Apanhei uma constipação).
Pecunia non olet - (O dinheiro não cheira mal).
Ilustração: Aviso de cuidado com o Cão em mosaico de Pompéia (sec. I d.C.).
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