Dimitri do Valle - Agência Folha
Na sua primeira entrevista após a derrota para o tucano Beto Richa na disputa pelo governo do Paraná, o senador Osmar Dias (PDT) disse nesta sexta-feira que a "censura" imposta pelo adversário contra os institutos de pesquisa pode ter mudado o resultado da eleição.
"Talvez, se as pesquisas tivessem sido divulgadas uma semana antes, a gente tivesse outro resultado", declarou Osmar, em entrevista a jornalistas no município de Telêmaco Borba, no norte do Paraná.
"Não quero fazer conjecturas. Apenas [dizer] que é lamentável que as pesquisas tivessem sido proibidas e que isso tinha sido colocado como normal, com as pessoas sem o direito de saber como estava a corrida eleitoral", disse Osmar, a respeito de uma série de proibições conseguidas por Richa na Justiça contra a divulgação de pesquisas de intenção de voto na reta final da campanha.
O senador disse que não tem planos políticos após deixar sua cadeira no Senado, em janeiro. Embora seja cotado para ocupar um ministério em eventual governo da presidenciável petista Dilma Rousseff, Osmar negou qualquer tratativa. "Vou voltar a ser agricultor, que é a melhor profissão do mundo."
Osmar também agradeceu a "lealdade" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em se engajar em sua campanha. Lula participou de três comícios no Estado pedindo votos para Osmar.
O senador disse que está retribuindo no segundo turno a dedicação de Lula e Dilma e percorrendo o Estado pedindo votos para ela. O pedetista saiu em defesa da petista na polêmica sobre a descriminalização do aborto e disse que o tema está sendo tratado com "desonestidade" na campanha.
"Eu nunca via a Dilma defender o aborto. Eu, como cristão, concordo que essa tema do aborto deve ser bastante debatido dentro da igreja, mas transferir isso numa plataforma política, para mim, é desonestidade", afirmou Osmar, que estava na cidade para acompanhar Lula durante inauguração de uma universidade federal. O presidente acabou cancelando sua participação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário