Antes do primeiro mandato como deputado federal, Índio da Costa, atual candidato a vice na chapa de José Serra (PSDB), foi por três vezes (1996, 2000 e 2004) vereador pelo Rio, sempre alinhado ao ex-prefeito Cesar Maia. Entre 2001 e 2006, nomeado pelo ex-prefeito para dirigir a Secretaria de Administração, Índio foi acusado de direcionar licitações de compra de merenda. O relatório final da CPI da Merenda — instalada após reportagens de O DIA, que denunciaram o direcionamento da licitação para uma das concorrentes, a Comercial Milano — pedia o indiciamento de Índio e da então secretária de Educação, Sônia Mograbi, pelas irregularidades, que teriam provocado prejuízo de R$ 11 milhões aos cofres públicos.
O indiciamento foi pedido pela vereadora tucana Andrea Gouvêa Vieira, relatora da CPI. “Ficou evidenciado no relatório que ele (o então secretário Índio da Costa) direcionou o processo licitatório para favorecer a Milano, que venceu 99% das concorrências. Nem acertar a Mega-Sena seria tão difícil. Ele deveria ter cancelado a licitação”, disse Andrea.
O relatório da CPI da Merenda foi encaminhado ao Ministério Público e à Polícia Federal. “O secretário que substituiu Índio economizou R$ 10 milhões na compra de merenda apenas com a mudança na forma de compra: em lugar de envelopes lacrados, fez pregões abertos”, afirmou Andrea. O Ministério Público arquivou o relatório na íntegra.
Prefeitinho, administrador e vereador
Nascido em família rica e integrante da juventude dourada da Zona Sul carioca, Índio é filho de Luiz Eduardo Índio da Costa, um dos arquitetos mais reconhecidos do Brasil, criador do projeto Rio Cidade Leblon. Sua vida pública começou em 1993, no Conselho de Desenvolvimento da Cidade do Rio. No ano seguinte, foi nomeado prefeitinho do Parque do Flamengo, depois administrador regional de Copacabana e Leme, até sua primeira eleição para a Câmara Municipal, em 1996. Em 2008, sua relação com o ex-prefeito Cesar Maia, seu padrinho político, ficou estremecida após Cesar o preterir em favor de Solange Amaral como candidata à Prefeitura.
Além da projeção política, o deputado ficou conhecido por ter namorado a cantora Rafaella Cacciola — filha do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, preso em Bangu 8 desde julho de 2008, por crime contra o sistema financeiro. (Informações do jornal O Dia).
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