A professora e doutora em Sociologia Jacqueline Sinhoretto (foto) lançou o livro “A justiça perto do povo: reforma e gestão de conflitos”, que analisa a administração de conflitos a partir dos Centros de Integração da Cidadania (CIC). Este lançamento fez parte das atividades do XV Congresso da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), que está sendo realizado na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Sinhoretto explica que os CICs, em funcionamento em alguns estados como São Paulo, estão normalmente localizados em periferias, onde diversas instituições pertencentes ao campo da justiça atendem ao mesmo tempo: polícia civil, polícia militar, promotoria, juizado e a mediação alternativa dos conflitos. Os CICs são resultantes de iniciativas de juízes, promotores e delegados comprometidos com a democratização da justiça. Eles começaram aparecer no final da década de 80 e início dos anos 90, já de olho na reforma do Judiciário, ocorrida em 2004 e que não contemplou a contento as mudanças desejadas por parcelas mais avançadas da sociedade.
“Não é só no Brasil que há essa pressão para que a justiça se abra mais, com mais democracia”, diz a autora. No caso específico dos CICs, o que se vê é uma tentativa de expandir a atuação da justiça, mais próxima do cidadão e rápida. Entretanto, a qualidade não é a mesma da justiça ordinária, justamente pela rapidez que se exige na conciliação. “Uma conclusão é que se expande o acesso à justiça, mas não se expande o estado de direito”, analisa Sinhoretto.
Sobre a autora – Jacqueline Sinhoretto é professora adjunta da Universidade Federal de São Carlos/Departamento de Sociologia. Tem experiência em Sociologia da Administração da justiça e Sociologia da Violência, atuando principalmente nos seguintes temas: administração institucional de conflitos, acesso à justiça, violência, segurança pública, sistema de justiça.
O livro - “A justiça perto do povo: reforma e gestão de conflitos”. Editora Alameda, 438 páginas, São Paulo, 2011.
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