Ontem fiquei muito preocupado com meus antigos camaradas que tentavam de todas as formas convencer as pessoas de que o candidato mais à esquerda – do gosto do Partido
Comunista do Brasil (PCdoB), em Curitiba, e por isso apoiado pelos comunistas –, era o Ratinho Júnior.
E mais preocupado fiquei por outros vários motivos, principalmente
com a linha central da argumentação: Ratinho sofre discriminação da elite
curitibana, por ter vindo do interior, ser sujeito bem simples e trabalhador, um pobre proletário que teve a sorte de vencer na vida e por isso seria o portador da
boa-nova, das boas ideias para essa laboriosa cidade.
Ora, ora, meus antigos camaradas – e que alguns já coloco no rol dos ex-camaradas – sou do tempo em que nossos argumentos eram centrados na dialética, na luta de classes, em que se partia da premissa de que os capitalistas viam apenas a massa de
operários como uma forma de aumentarem seus lucros em exploração medonha; do
tempo em que essa coisa da luta entre o bem e o mal não era dialética, e sim
metafísica das mais simplórias e que por isso, cabia muito bem em livros de
auto-ajuda, em manuais da safadeza da direita que se chama despolitização, e no
grande livro das grandes besteiras ditas e reverberadas por ilusionistas que
querem o poder a qualquer custo.
Meus ex-camaradas, definitivamente Ratinho não é um operário, muito pelo contrário,
ele explora os trabalhadores todos os dias em suas empresas e deles tira o
lucro traduzido hoje num patrimônio pessoal de mais R$ 7 milhões.
Definitivamente,Ratinho não sofre discriminação do curitibano, é sua campanha que discrimina ao pedir para o curitibano não votar em candidato apoiado pelo Partido dos Trabalhadores.
Proletários não têm patrimônio de R$ 7 milhões.
Absolutamente, patrimônio de
proletário são a própria força de trabalho e sua prole, esse grande exército de
reserva para a exploração do capital.
Mas, o que mais me preocupou no discurso dos meus camaradas é a afirmação de que Ratinho porta novas ideias, porém sem explicarem quais são essas novas ideias, pois pelo que conhecemos, a nova ideia que importa para os marxistas é o grau do comprometimento do candidato com as causas populares, as ações que minimizem o sofrimento do povo, dentro de uma perspectiva ainda capitalista. Quais seriam essas ideias,quais seriam os programas para diminuir a miséria de nossa gente? Isso, meus
ex-camaradas não sabem mostrar porque é mais fácil trilhar pelo caminho do
discurso ilusionista e messiânico. A beata pregação de que em Curitiba trava-se
a grande batalha do apocalipse, as trevas contra a luz, o bem contra o mal.
Meus ex-camaradas e meus camaradas que ainda usam a dialética e, por que não, a
lógica elementar para orientar os seus pensamentos, esse não é caminho da
esquerda. Esse é o caminho que leva à direita. Direita que sempre combatemos,
nas Diretas, na cassação de Collor, nas grandes lutas que nos trouxeram até
aqui abraçados a nobres causas.
Ainda se faz tempo de voltar a trilhar o caminho certo. E a esquerda meus ex-camaradas, a que não se equivoca e nem perde o passo, está deste lado, do lado certo, que é a candidatura do Gustavo Fruet, que tem uma história dentro da política
brasileira, que tem realmente novas ideias e não está disposto a fazer sinistros
acordos com os setores que sempre exploraram os trabalhadores de nossa terra e
enganaram o povo.
Passar para o lado correto, camaradas, não é trair uma causa, é antes de tudo saber
reconhecer os erros por meio da autocrítica, quando não, pela vergonha de estar
servindo a interesses que não são os interesses dos trabalhadores.
O certo é Gustavo Fruet, o outro lado é a direita que veste um menino mimado com omacacão de operário tecido por caríssimo e falso marketing.
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