Em Curitiba, o Datafolha aponta uma vitória com grande
diferença de votos entre os candidatos. Gustavo Fruet aparece no último
levantamento com 52% da preferência do eleitorado contra apenas 35% de Ratinho
Junior, ou 60% para Fruet e 40% para Ratinho, se levarmos em conta somente os
votos válidos. A margem de erro é de 3 pontos percentuais. Eleitores que não sabem ou não responderam somam 8% – eram 4% na pesquisa anterior. Votos brancos e nulos somam 5%; o índice na primeira pesquisa do Datafolha era de 8%.
A grosso modo, considerados somente o percentual dos candidatos, são praticamente os mesmos números da primeira pesquisa realizada depois do primeiro turno e que confirma a cristalização dos votos em Fruet e a estagnação da candidatura Junior. Tais números são a razão do baixo nível dos comerciais da campanha de Ratinho, numa tentativa desesperada de provocar uma alteração substancial no que já pode ser considerada uma vitória acachapante de Fruet.
Mas é aí que a porca torce o rabo, a marquetagem de Ratinho
está num dilema que envolve a dosemetria, ou em outras palavras, como
ressuscitar uma candidatura que dá seus últimos suspiros sem matar o moribundo:
e bater com muita força não parece ser uma boa tática, funciona para desopilar
o fígado ou aliviar as mágoas da coordenação de campanha e seus financiadores,
raramente para mudar o resultado de uma eleição com uma diferença tão grande
entre os candidatos.
Outra saída seria mostrar propostas revolucionárias, mas
essas propostas não existem no programa de Ratinho, tudo ali é repetição
medonha da mediocridade que tomou conta dos velhos planejadores da cidade que
estão perfilados ao seu lado.
O último comprimido que sobra no frasco chama-se mobilização
popular, criar eventos gigantes para tentar convencer o eleitorado de que os
números das pesquisas estão errados. Mas também aqui, a campanha de Ratinho não
possui elementos para levar a empreitada adiante. Ele não tem um partido de
massas ao seu lado e também não preparou um exército, mesmo que de mercenários,
para apoiá-lo em grande comício, passeata ou carreata. Reunir tal exército
nessa altura é simplesmente impossível, custaria uma fortuna e os efeitos
seriam pífios.
Neste comprimido também tem outros tipos de agentes mobilizadores
da opinião pública: veículos de comunicação e as redes sociais na internet. Os
veículos de comunicação estão inacessíveis porque são vigiados pela Justiça
Eleitoral.
As redes sociais, desprezadas até o momento por Ratinho,
foram fundamentais para Fruet virar o jogo no primeiro turno, porque de
internauta para internauta se desmistificaram os números das pesquisas
tendenciosas que apontavam outro candidato no segundo turno.
Como disse, a
campanha de Ratinho desprezou ou relegou essa ferramenta ao segundo plano e por
assim ser, ele não pode hoje contar com a web para virar o jogo, são poucos os seus soldados cibernéticos, descoordenados e que não conseguem entender como funcionam as novas
tecnologias e suas linguagens.
Assim posto, sobra para Ratinho a loucura de uma
jogada de risco para uma virada praticamente impossível – tirar de Fruet 17
pontos em menos de 3 dias de campanha - ou terminá-la de forma honrosa, apenas com o propósito de não
fazer feio e se cacifar para outras aventuras em carreira que apenas está
começando.
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