Os trabalhadores da Bosch pagaram do próprio bolso o anúncio que está estampado na "Tribuna do Paraná", edição de hoje. Eles acusam a Nova Central e o Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc) de "sabotarem" o movimento de paralisação na luta pela redução de jornada, na última semana.
Há tempos que o movimento sindical não expunha com tamanha clareza suas contradições. Desde a ditadura, boa parte dos sindicatos foi tomada por profissionais do peleguismo, que criam barriga atrás de suas mesas, usam descaradamente os recursos de suas categorias para financiar mordomias, vivem no luxo de carros importados e festas particulares indescritíveis. E agora, impedem até mesmo a luta dos trabalhadores, numa defesa clara dos patrões e do "bom andamento da cidade" para não atrapalhar da candidatura de reeleição do prefeito Beto, o Breve.
O caso mais recente de desvio de conduta de dirigente de central, que envolve deputado federal Paulinho da Força Sindical, comprova que há muito de podre no movimento. O parlamentar pode ser cassado pela Câmara e no rol das acusações está inclusive o tráfico internacional de mulheres.
O deputado federal paranaense Ratinho Júnior defende também que se estenda a investigação para as secções estaduais da Força Sindical. Ele parte do princípio óbvio: se o dirigente máximo da central está metido em maracutaias, seus comandados também podem estar seguindo o exemplo.
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