terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Aos nossos leitores

Feliz Minuto Novo!


Mudam-se os calendários,
Trocam-se as folhinhas,
Que nos marcam os dias
Vividos entre intervalos
Decisivos a nos definir.

E, tolos, esperamos grandes
Mudanças determinadas
Pelos astros, pelos deuses
E ignoramos as velhas leis
Que regem os anos siderais.

Os ciclos são invenção humana,
Somente nós podemos contá-los
Na busca do que está por vir.
E a veterana Terra gira para mim,
Também para ti, a nos gastar.

E gastos pelo velho ano,
Esperamos um novo ano,
Menos tirano a nos matar.
Um ano bom, um ano feliz,
Próspero em nossas preces.

Forjamos mil esperanças
Justificadas em crendices,
Porque somos a revolta,
A inconsciente revolta
Contra nosso próprio fim.

E essa revolta nos consome
Porque esperamos o grande,
A grandeza da eternidade.
E esquecemos que a grandeza
Está nas eternidades pequenas.

Não sejamos tolos! Acordem!
Comemoremos o minuto de agora
Apenas, pois essa é a escala
Que nos cabe neste mundo
Medido em milhões de séculos.

Olhem à volta. Estão vendo?
A felicidade está no arrastar
Do caracol. Na rosa que se abre,
No botão que promete outra rosa,
No menino que brinca com a mãe.

Olhem ao redor próximo e sintam
Que a verdade está neste minuto,
Que a esperança está neste minuto...
No anterior já não somos mais,
Assim como não somos no seguinte.

Feliz Minuto Novo, eis o que vale!
Um ano inteiro é apenas promessa
Que pode enganar nossas almas.
O que vale mesmo é este minuto
Em que podemos amar e sentir a vida!

(JFN)

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