terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

As velhas desculpas de Ducci para as enchentes em Curitiba não enganam mais ninguém

Vereador Jair Cézar: assoreamento e falha na dragagem

Curitiba e Região Metropolitana sofrem com as enchentes e alagamentos. Ontem, em Almirante Tamandáré uma menina morreu arrastada pelas águas. Resta ao povo rezar, porque se depender do Poder Público quase nada será feito, não há vontade para tal, pois a propaganda pode resolver tudo e depois, na época de eleições pouco chove e os currais eleitorais nas regiões de enchentes funcionam a todo vapor.
Há 300 anos chove mais do que o esperado em Curitiba!
Em dezembro (CIC), a promessa de que tudo seria resolvido...
Em janeiro, protestos na CIC
Enquanto isso, dá-lhe desculpas esfarrapadas. Uma delas dá conta que é tudo obra dos céus ingratos de Curitiba, há 300 anos, para o pessoal do prefeito Luciano Ducci (PSB), está chovendo mais do que esperado para o mês, para o semestre, para o ano, para o século.
É esse pessoal do Ducci que também enfia na barriga de parte da imprensa, a ingênua ou serviçal, a versão de que a culpa é do povo que joga lixo nos rios o boca de lobo. Ora, Curitiba não é a capital ecológica do mundo? Se é, deveria ter o melhor sistema de recolhimento de lixo mundo, a melhor educação ambiental do mundo, os melhores sistemas de esgotodo mundo, todos serviços gerenciados pela nossa infalível prefeitura e o melhor prefeito do mundo.
Bom, se a causa não é somente do regime das chuvas e coleta do lixo, qual seria outro problema que pode estar causando todo esse estrago na cidade e entorno. O vereador tucano Jair Cézar nos dá uma pista. De acordo com vereador de Curitiba, o assoreamento dos rios causa enchentes e outros transtornos para a população. Jair Cézar aponta o saibro e a terra das ruas como um dos fatores mais preocupantes. “A chuva carrega este material para os rios e diminui a vazão da água”, afirma.
“Para solucionar o problema é preciso fazer a retirada da terra e do lixo depositado no fundo dos rios através de dragagens”, avalia Jair Cézar, lembrando que a prefeitura de Curitiba já realizou centenas de atendimentos para desobstrução de galerias e córregos entupidos pelo lixo neste ano. Em ruas do Bairro Alto, como a República da Síria, as equipes tiveram que usar caminhões sugadores para a limpeza de uma grande quantidade de areia em galerias. O material foi arrastado de obras de residências no bairro.
Apesar da agilidade do município, Jair Cézar ressalta que “estas intervenções precisam ser feitas ao longo de todo o percurso dos rios, não apenas em pontos críticos.”
Diz também que medidas de prevenção podem ser realizadas para diminuir o assoreamento. De acordo com o vereador, é preciso estudar maneiras de reduzir o desgaste do solo em ruas e canteiros de obras, além de trabalhar pela conscientização da população ribeirinha sobre o descarte apropriado do lixo.
No ano passado, a Secretaria Municipal de Obras Públicas retirou mais de 180 toneladas de lixo dos rios de Curitiba. “Mas a busca por uma solução para o assoreamento precisa envolver todas as prefeituras da Região Metropolitana, já que alguns dos rios passam por mais de um município”, conclui Jair Cézar.
Em outras palavras, o serviço de dragagem da prefeitura de Curitiba´é meia boca, engana, porém não resolve. O serviço de coleta de lixo é ineficiente, pois se fosse eficiente a população não teria motivos para jogar lixo nos rios. Falta educação ambiental e boa parte das ruas de Curitiba, embora coberta com a enganação do anti pó, não tem meio-fios e sistemas de drenagem adequados. Não há um plano conjunto das prefeituras e governo do Estado para resolver o problema, posto que boa parte dos rios e córregos que atravessam Curitiba também corta os municípios vizinhos. Ou seja, a prefeitura de Ducci empurra o problema com a barriga e não há um projeto para acabar em definitivo com as enchentes em Curitiba. 

O panorama do caos em Curitiba e RM no dia de ontem



A Defesa Civil do município monitorava 69 pontos de alagamento às 21h45, sendo que 22 já haviam sido encerradas e 47 estavam em aberto. A região norte da cidade foi a mais afetada e, segundo o órgão, a maior parte dos pontos de alagamento está concentrada no bairro Pilarzinho.
Ainda segundo a Defesa Civil, há ocorrências nas regionais Boa Vista (especialmente no bairro Pilarzinho, Bracatinga e Vila Leonice), Santa Felicidade, Portão, CIC, Boqueirão, Cajuru e Matriz.
Um muro desabou em uma casa na Rua Desembargador Hugo Simas, próximo a TV Bandeirantes, e há árvores com as raízes aparentes. Também há registros de desabamentos no Abranches e queda de muro no Abranches e Taboão.
No Parque Barigui, as pistas de corrida e bicicleta e as lixeiras estão submersas em alguns pontos, já que o nível do lago subiu. Também houve registros de alagamentos no Campina do Siqueira.

RMC
O Corpo de Bombeiros também atende aos municípios da região metropolitana, como Almirante Tamandaré, Campo Largo e Campo Magro, na região metropolitana. Por volta das 19 horas, havia mais 12 ocorrências em atendimento, sendo que oito são em Almirante Tamandaré.
A cidade apresentava a situação mais crítiva da região. Uma criança morreu em Almirante Tamandaré na tarde desta segunda-feira (14). De acordo com a Defesa Civil do município, uma garota foi levada pela correnteza após deixar o Centro de Atendimento Integral à Criança e ao Adolescente (Caic) com uma amiga. O corpo da menina foi encontrado próximo ao cruzamento das ruas Araucária e São José dos Pinhais, no bairro Jardim Roma. A enchente afetou a creche Reino Encantado localizada no bairro Parque São Jorge. Segundo a Defesa Civil Estadual, 34 crianças de 0 a 6 anos e oito funcionários ficaram ilhados e foram socorridos de barco. Ninguém ficou ferido. (informações da Gazeta do Povo).



PROTESTO NO BOM RETIRO


Revoltados com os problemas provocados pela chuva de ontem, moradores e comerciantes do Bom Retiro queimaram pneus no Largo José Zanatto, entre as ruas Carlos Pioli e Ângelo Zenni. Quem vive naquela quadra conta que esse é o terceiro alagamento neste ano. O último aconteceu há dois anos.
O empresário Gerson Luiz Ferreira contou pelo menos R$ 6 mil em prejuízo neste ano por causa dos alagamentos. “A água já alcançou 1,5 metro na minha loja. Toda vez que chove mais forte é isso que acontece. Não sabemos mais o que fazer”, afirma o empresário.
Gerson, que também é engenheiro, a construção da bacia de contenção poderia resolver parte do problema. “Já apresentamos esse projeto para a prefeitura e não tivemos retorno. É complicado”, afirma o comerciante que perdeu R$ 53 mil em equipamentos dois anos atrás.
O morador Jefferson Turbay conta que fica ansioso, preocupado e temeroso quando o céu começa a escurecer. “Não consigo pensar em outra coisa se não salvar a minha família. É muito perigoso. Felizmente dessa vez a água não entrou na minha residência, mas temos que andar preparados caso aconteça algo mais grave”, ressalta.
A prefeitura explica que o Rio Pilarzinho, que passa na região, está estrangulado, aumentando os alagamentos. Para evitar essa situação, a prefeitura disse que o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) está estudando projeto de obra no leito do rio. Depois que o projeto for definido a obra irá para licitação, o que pode acontecer ainda neste ano. (Informações do Parana-online)

Um comentário:

Gerson Ferreira disse...

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