As máscaras dos palhaços
Derretem-se em seus rostos...
Muita tinta e muito verniz,
Que cobriam a mediocridade
A desgovernar esta terra,
Transformaram-se em lágrimas
Da mãe que chora o filho morto.
O Paraná é violento,
Curitiba é violenta
E os sonhos do nosso povo
Aguardam missa de sétimo dia.
E como se chegou à carnificina
Dos finais de semana
E de todos os dias,
Em nossas ruas, em nossas praças,
Em nossas esquinas?
Ora, simples, simples assim,
Armou-se o circo da propaganda
E juntaram-se aos palhaços,
Que tiravam do povo
E davam aos ilusionistas,
Os magos da trapaça.
E desta maneira, no roubo,
No escárnio, na falta de vergonha,
Fizeram a propaganda
Do melhor estado do Brasil,
Da melhor cidade do mundo.
A mãe acreditou na ilusão
Por mais de quarenta anos,
Mas desabou na realidade
Ao ver o filho assassinado
Por um tênis, por um relógio,
Numa briga de trânsito, num racha,
Ou gratuitamente apenas.
Hoje chora a mãe,
Chora Curitiba,
Chora o Paraná,
Chora nosso povo,
Enquanto os ilusionistas
Retocam a pintura
Novamente, eternamente,
Dos palhaços velhacos.
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