domingo, 21 de junho de 2009

A fraude que elegeu Beto Richa em Curitiba



Para quem acreditava na imagem de bom moço do prefeito Beto Richa, o guardador de fantasmas, recomendamos a leitura da reportagem de Karlos Kohlbach da Gazeta do Povo, que reproduzimos aqui:


- As atividades de apoio dos candidatos a vereador do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) à campanha do prefeito Beto Richa na última eleição aparentemente não saiu de graça: custou, ao que tudo indica, dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral e cargos na prefeitura.
Durante a campanha, em julho passado, 28 candidatos a vereador do partido, que se coligou com o PTB do então candidato a prefeito Fabio Camargo, abriram mão de suas candidaturas. A maioria deles se uniu para fundar um comitê de apoio ao então candidato à reeleição pelo PSDB – o “Comitê Lealdade” .


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Veja quem são as pessoas que aparecem no vídeo recebendo dinheiro do Comitê Lealdade
Manassés nega acordo para desistência de candidaturas
Envolvidos dizem que o dinheiro era para gastos de campanha
“O comitê era independente”
Pivô da crise que resultou na exoneração do secretário de Assuntos Metropolitanos Manassés de Oliveira, na última quinta-feira, Alexandre Gardolinski já ocupou vários cargos na prefeitura de Curitiba, desde a administração Cassio Taniguchi, e até a semana passada estava lotado como assessor especial da Secretaria do Trabalho e Emprego.
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Candidato é obrigado a declarar toda doação
O candidato que deixar de declarar à Justiça Eleitoral qualquer doação – seja em dinheiro ou em forma de bens ou serviços – que obteve durante a campanha corre o risco de ter sua prestação de contas considerada irregular. Essa irregularidade, além de tornar o candidato inelegível para as próximas eleições, também pode implicar na cassação do mandato – caso seja comprovada captação ilícita de recursos para fins eleitorais, o chamado caixa 2. A sanção também pode ser aplicada quando o pagamento de gastos eleitorais não tiver origem na conta bancária criada especificadamente pelo candidato para a campanha.
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Sob suspeita
Nove meses após a eleição, uma gravação revelando os bastidores de um comitê de apoio a Beto Richa levou o prefeito a exonerar na quinta-feira alguns dos envolvidos.
Na última eleição municipal, o PRTB estadual, seguindo orientação da direção nacional do partido, firmou coligação com o PTB – que em Curitiba lançou a candidatura do deputado estadual Fábio Camargo para a prefeitura de Curitiba.
A determinação desagradou parte dos candidatos a vereador pelo PRTB – muitos deles ligados à administração de Beto Richa, inclusive o então secretário municipal do Trabalho, Manassés Oliveira, que estava licenciado para concorrer a uma vaga de vereador.
Parte dos candidatos a vereador pelo PRTB decidiu, então, abrir mão das candidaturas para apoiar Beto Richa à prefeitura. Além de desistir da eleição, tiveram também que se desfiliar do PRTB.
Os “dissidentes” inauguraram, então, o Comitê Lealdade, de apoio a Beto Richa
O próprio Richa, acompanhado de outras lideranças de sua coligação, como o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB) e os estaduais Osmar Bertoldi (DEM) e Neivo Beraldin (PDT), participou da inauguração do comitê. Na ocasião, Richa confere a Alexandre Gardolisnki a responsabilidade de “coordenar essa nossa casa”.
Na sede do comitê, que funcionava numa casa no bairro Ahú, em Curitiba, eram feitos os pagamentos em dinheiro vivo aos ex-candidatos do PRTB que decidiram apoiar Richa. Lá, também eram organizados eventos como churrascos de campanha e shows musicais.
Os pagamentos realizados no final de semana anterior à eleição, referentes à segunda parcela do acordo, foram filmados por Gardolinski, alegando “questões de segurança”. Os ex-candidatos que aparecem na gravação não sabiam que estavam sendo filmados.
Entre os ex-candidatos que aparecem recebendo dinheiro, estão Manassés de Oliveira – secretário do Trabalho na primeira gestão de Beto Richa, à época licenciado por conta da campanha eleitoral – e Raul D’Araújo Santos, que ocupou a pasta interinamente durante a licença de Manassés. Ambos receberam dinheiro em seus próprios nomes e em nome de terceiros.
Em janeiro, no início do segundo mandato de Beto Richa, nove dissidentes do PRTB foram nomeados para cargos na administração municipal. Entre eles, Gardolinski, Manassés de Oliveira e Raul Santos.
Na quinta-feira passada, Beto Richa demitiu Gardolinski, Manassés e Raul Santos.

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