quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cachaça com sal

Stanislaw Takeuspa é um bêbado, mas tem ótima memória. Polaco, morador do bairro da Barreirinha aqui em Curitiba, dono de inseparável rádio portátil AM que funciona com as amarelinhas, ele lembra que o anúncio da Petrobras sobre o petróleo da camada pré-sal foi há 4 anos, em em agosto de 2005. Fazendo seus cálculos, segundo os antigos preceitos e teoremas da Matemática pelo Método Confuso, Takeuspa soma, diminui, multiplica, faz careta, põe a língua pra fora, divide, tira a raiz quadrada e sentencia:

"O 'peraí' que São Paulo quer para analisar o projeto do governo é, no mínimo, mais 4 anos, oito meses e sete dias, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Ou seja, só 'enSerra' o 'peraí' depois da Dilma."

Como se olhasse para uma bola de cristal, Takeuspa fita o fundo do copo martelo de cachaça e conclui:

"Isso sem considerar que a coisa toda tem que ir para o Senado, e aí pondera-se com o fator Suplicy, o senador conhecido pela rapidez de raciocínio e discursos que nem mesmo ele entende. O risco é a gente virar petróleo para as próximas gerações."

Stanislaw acha bom o pré sal porque isso garante a produção de de cana para álcool etílico no lugar do álcool para combustível.

Cientista amador e bebedor profissional, Stanislaw já tomou etanol e disse que até o fusca que ele tinha na época ficou com dor de cabeça. Mas nem isso apagou sua grande dúvida sobre um subproduto da operação da retirada do petróleo: "o que essa gente vai fazer com tanto sal?!?".


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