Constangedor o silêncio do presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, deputado Nelson Justus (DEM) e de boa parte dos outros 53 deputados que por lá militam para o bem ou para ou mal.
Não queremos acreditar nisso, mas as medidas até agora anunciadas em relação ao escândalo dos gafantos e fantasmas que infestam a Assembléia Legislativa não respondem nadica de nada, apenas são factóides que parecem gerados no desespero de quem acoberta delinquentes, esconde larápios, ou na melhor das hipóteses, grandes pulhas que, descaradamente, roubam nosso povo trabalhador.
Boa parte desses deputados vai tentar a reeleição neste ano, porém esta boa parte esquece que terá que enfrentar o povo no olho a olho, no corpo a corpo. Esquecem esses parlamentares que a política sofre hoje transformações profundas em virtude das redes sociais na internet. Em outras palavras, está cada vez mais difícil se esconder do juízo do povo, das pessoas de bem. Está cada vez mais difícil roubar o dinheiro público e ficar impune.
Há um grande equívoco dos deputados que julgam que o terremoto vai passar depois que terminarem as reportagens da Gazeta do Povo-RPC. Elas não vão cessar. Quem conhece jornalismo, o sério e praticado por gente séria, sabe que para um assunto desses, com tantos dados nebulosos e perguntas não respondidas, os desdobramentos tendem a assumir características de tempestade contínua ampliada pela internet. Está certo que a maioria dos deputados ainda não sabe do alcance das novas tecnologias, esta maioria ainda vive no tempo do panfleto e do tapinha nas costas para ganhar votos. Os tempos são outros, a notícia chega às pessoas em tempo real, na velocidade da luz e em qualquer lugar.
Ontem, blogueiros e twitteiros de Curitiba começaram as primeiras conversas para coordenar ações de ampliação das denúncias apresentadas e de cobrança de diligentes investigações do Ministério Público do Paraná. A idéia é cobrar as autoridades e ampliar na internet o trabalho dos jornalistas da Gazeta do Povo-RPC e também colaborar com novos elementos que sirvam como provas nos desdobramentos das investigações das maracutaias.
Perguntas que os deputados precisam responder, de acordo com a reportagem da Gazeta do Povo:
Sem respostas
Veja questões que estão sem esclarecimentos relacionadas à publicação de diários avulsos e secretos, exonerações e outras medidas tomadas pela Assembleia Legislativa do Paraná:
Para quem foi o dinheiro que muitas pessoas nomeadas pela Assembléia afirmam não ter recebido?
Dentre os nomeados há taxista, garçom, pedreiro, empresário, advogada. Alguns dizem nunca ter trabalhado para a Assembleia. Outros nem sequer moram no Paraná.
Como a Assembleia paga salários acima do limite previsto pela lei?
Entre janeiro de 2004 e abril de 2009 foram pagos salários acima do teto legal do Legislativo paranaense (R$ 20 mil) a 73 pessoas.
Mesmo com a divulgação da lista de funcionários pela Assembleia, ninguém tem conhecimento de que muitas das pessoas listadas não trabalham na Casa?
Os deputados costumam alegar que pagam agentes políticos que atuam em seus redutos eleitorais. Mas a reportagem encontrou casos de pessoas que vivem em Santa Catarina e Goiás.
Se a Assembleia emite uma certidão afirmando que a agricultora Vanilda Leal não é funcionária do gabinete do deputado Jocelito Canto, como não sabe informar a qual setor ou gabinete ela está vinculada?
Vanilda, que mora em um casebre em Cerro Azul, a 100 quilômetros de Curitiba, se sustenta com o auxílio do Bolsa Família. Mas registros nos diários oficiais da Assembleia mostram que foram depositados R$ 1,2 milhão na conta dela, ao longo de cinco anos.
Em qual diário está a exoneração de Jermina Maria Leal da Silva, mãe de Vanilda?
Segundo a Assembleia, Jermina não é mais funcionária da Casa. Mas não foi informado quando ela teria sido exonerada. Os depósitos na conta dela somam R$ 380 mil entre 2004 e 2009.
Por que há tantos casos de publicações retroativas ou antecipadas?
Edições às quais a reportagem teve acesso mostram que há um caso de nomeação publicada em 2008, mas valendo a partir de 2001. Segundo especialistas, esse tipo de ato é totalmente irregular.
Por que a Assembleia do Paraná não permite a consulta aos diários oficiais?
Não há exemplares disponíveis na Assembleia. Nos últimos dois anos, a reportagem da Gazeta do Povo e da RPC TV tentou consultar as edições, mas sem sucesso. Desde o ano passado, a desculpa é que os documentos estão na gráfica para encadernação.
Por que não há um arquivo público, fora do Legislativo, como contra prova dos diários?
Não há nenhuma edição da publicação da Assembleia na Biblioteca Pública do Estado. Além disso, a Assembleia poderia ser mais transparente e dar mais publicidade aos seus atos se também utilizasse o Diário Oficial do Estado.
3 comentários:
Fico com dó deles quando eles fazem aquela carinha de choro, tipo estão sendo injustos comigo, eu que sempre trabalhei, fui honesto...
esta na hora de acabar com essa palhaçada, o povo ja não aguenta mais tanta sujeira, felismente a justiça parece estar mirando para aqueles que se acham inatingiveis, o DEM novamente em evidencia.
vamos passar o PARANÁ a limpo.
dizem que esse tal de bibinho distribui dinheiro para politicos, prefeitos e ex prefeitos, vereadores de diversos municípios do paraná, é preciso verificar se isto é verdade e caso seja verdade de onde está saindo todo esse dinheiro.
Postar um comentário