sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Artigo: Voto e pobreza


Por Mesael Caetano dos Santos

Afirma o Professor Paul Smith, em sua obra Moral Política, que nos países ricos existe uma pobreza relativa – alguns são pobres em relação a ricos. Já em países pobres há uma pobreza absoluta – pois há pessoas que não ganham o suficiente para atender suas necessidades básicas, em consequencia, grande parte dessas pessoas passa fome, são desnutridas com uma expectativa de vida baixa, e, ainda, são vulneráveis a doenças, das quais milhões de crianças morrem. Por isso, a pobreza causa mortalidade infantil, menor expectativa de vida e raquitismo, entre outros males. Nota-se que a pobreza absoluta é, sem sombra de dúvidas, a principal causa do sofrimento no mundo.

Na mesma obra, informa o Professor que 2,8 bilhões de pessoas, 46% da população mundial, vivem com menos de dois dólares por dia; 18 milhões de pessoas morrem prematuramente; somente 2,8 bilhões de pessoas recebem apenas 1,2% da renda global; por outro lado, 0,9 bilhão de pessoas, 15% da população mundial, detém 80% da renda global.

Por combater a fome no Brasil, em seus oito anos de governo, o Presidente Lula se tornou um ídolo em todo mundo, em razão de ter criado e fomentado políticas para ajudar os pobres a saírem da linha de pobreza no Brasil. Ao meu ver, os programas de erradicação da pobreza deveriam se tornar políticas de Estado, para impedir a supressão desses programas, por questões pessoais ou políticas. É fácil explicar por que o Presidente Lula saiu do governo com todo este prestigio, pois suas políticas, na grande maioria, foram voltadas para o combate à miséria, e por que ainda, para surpresa dos ricos e da imprensa do Brasil converteu todo este prestigio em votos, elegendo a Presidenta Dilma.

A política é uma missão nobre se voltada para o bem geral e aos que mais precisam. Ao contrário disso, no Paraná o que se vê é que boa parte dos políticos, atrasados e ignorantes, trabalha em causa própria ou fomentam políticas de proteção a grandes grupos econômicos, contribuindo dessa forma para o avanço da fome a da pobreza de nossa gente.

Penso que nesse momento, a sociedade paranaense deve refletir melhor acerca de seus representantes que foram eleitos no último pleito eleitoral. O voto sem sombra de dúvida deve ser dirigido a pessoas que têm compromisso de gerar bem-estar social para seu semelhante, sem vaidades pessoais. Jamais deveríamos votar em um candidato que traz uma imagem artificial, imaculada, cheia de bondade e falsas verdades, fabricado por marqueteiros que enganam o povo na época de eleição, “O poder emana do povo e deve ser exercido em nome do povo”, direito sagrado de escolha que só a democracia nos propicia. Por isso, temos o dever de escolher melhor os nossos representantes para gestão da coisa pública, principalmente nas áreas de saúde, educação e transporte. Caso não levemos isso em conta, sempre pagaremos o preço, com a fome e a miséria de nosso povo e consequente violência gerada neste círculo vicioso.

Mesael Caetano dos Santos é advogado em Curitiba, drmesael@hotmail.com

Nenhum comentário: