O Esso é o mais importante prêmio do jornalismo brasileiro. Concedido desde 1956, homenageia as mais importantes reportagens publicadas no ano. Esta é apenas a segunda vez que um veículo fora do eixo Rio-São Paulo-Brasília vence a categoria principal. A Gazeta já havia conquistado a categoria Regional Sul em 2004.
O prêmio foi recebido no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, pelo editor de Vida Pública da Gazeta do Povo, Fernando Martins, e pelos quatro repórteres responsáveis pela investigação: Kátia Brembatti, Karlos Kohlbach, James Alberti e Gabriel Tabatcheik.
Os quatro jornalistas trabalharam por quase dois anos organizando uma base de dados com informações que foram obtidas em mais de 700 diários oficiais. Os jornais eram mantidos na Assembleia sem qualquer tipo de publicidade: nem os jornalistas nem a população conseguiam acessá-los, numa afronta à Constituição, que determina a divulgação dos atos dos poderes públicos.
Quando a série começou a ser publicada, este blog assim se manifestou:
O fim do jornalismo puxa-saco e o histórico início da verdade
E continua a grande série da Gazeta do Povo-RPC sobre os diários fajutos da Assembléia Legislativa do Paraná. Esta grande reportagem dos jornalistas Karlos Kohlbach, Katia Brembatti, James Alberti e Gabriel Tabatcheik certamente já figura entre as mais brilhantes do jornalismo brasileiro e é um marco no jornalismo paranaense. Antes dela, o jornalismo provinciano, cheio de dedos para não atingir os poderosos e depois dela, o jornalismo cidadão, comprometido com o juramento que fizemos na universidade.O trabalho está tão bem feito, editorialmente falando, tão bem editado, diagramado e explicado, que até agora apenas algumas vozes tímidas e amedrontadas ousaram ver nele algum indício de encomenda, ou coisa que o valha, ao se cutucar essa triste chaga de nossos políticos desonestos que é a corrupção.
Essas vozes do medo tomam suas condenáveis práticas como a únicas vestimentas que se pode dar a uma notícia, porque, na realidade, não conhecem outra alfaiataria a não ser aquela baseada na agulha do achaque, no tecido da troca de favores, na máquina que costura os envelopes do dinheiro fácil.
Quiseram até mesmo evocar a história da Gazeta-RPC para desqualificar a reportagem dos diários avulsos, mas olvidam safadamente que a Gazeta-RPC está sob nova direção e hoje conta com jornalistas realmente profissionais, longe dos velhos esquemas do pagamento na boca do caixa do erário.
A Gazeta-RPC está pondo fim ao velho jornalismo de release, ao jornalismo lambe-botas, ao jornalismo de interesses inconfessáveis.
O problema é que o povo vai se acostumar com este novo tipo de jornalismo e questionará a razão de outros órgãos de imprensa não fazerem o mesmo - quais os interesses que os impedem de ter em suas páginas a verdade? - esta será a pergunta.
Aos professores de jornalismo, aos colegas: guardem as edições da Gazeta desta semana e deste domingo, as imagens da RPC, e as mostrem a seus alunos - foi nesta semana, antes do outono de 2010, que começou a ser praticada a verdade em nossa província, que somente agora poderá ser chamada realmente de estado. De hoje para diante, mostrem que a velha ação entre amigos que frequentava as redações não passa de uma veterana história a se esquecer. Digam sem medo, em sala de aula, que os velhos pilantras que ainda atuam na nossa profissão devem se aposentar, porque não há mais espaço para a mentira, porque puxar o saco a troco de jabá não está mais nos manuais de redação da imprensa paranaense.
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