segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Richa foi o grande perdedor dessas eleições

Até a vaca no brejo sabe que o grande derrotado destas eleições foi o governador Beto Richa (PSDB). Perdeu em Curitiba, maior colégio eleitoral do Estado, onde é mal avaliado. Outros grandes colégios eleitorais, não importando o resultado do segundo turno, também não poderão ser contados como 100% da base de apoio de Richa, numa eventual candidatura à reeleição ao governo do Paraná. Os dois primeiros anos de Richa como governador foram pífios e mesmo que ele se utilize da fórmula manjada de fazer obras de última hora para se reeleger, a missão será árdua. Não há dinheiro suficiente para as demandas regionais - estradas, hospitais, escolas, penitenciarias, contratação de policiais etc. Demandas sempre crescentes, é bom que se diga. Isso sem falar na falta de apoio da União para esses projetos. Ou alguém tem lá alguma dúvida de que o governador do Paraná vai ser tratado a pão e água pelo governo Federal?

No dia 4 de abril, este modesto blog irritou sobremodo os arrogantes assessores de Ducci e do governador Beto Richa, com a seguinte análise sobre a "Fórmula de Ducci para perder em Curitiba", para quem não leu, aqui vai o repeteco:


Hoje na Boca Maldita vi alguns partidários do atual prefeito de Curitiba fingindo surpresa com o desempenho dele na pesquisa Ibope/CBN. Não há surpresa em números pífios para quem faz a opção pela política menor. Em mandato tampão, o prefeito Ducci perdeu-se na mensagem ao investir na propaganda da cidade como seus antecessores, mas abusando da fórmula do esgotado manual de governança da província:
1. Seus antecessores sempre trabalharam a imagem da cidade “colada” à própria imagem (quase que “apolítica” com forte ênfase no perfil técnico – o arquiteto para embelezar, fazer e planejar e o engenheiro para desenvolver, projetar e fazer, etc);
2. Ducci, médico, não investiu na sua imagem técnica e trajou o figurino de seus antecessores, baseado em obras, ao olvidar completamente seu antigo discurso, apoiado na saúde e desenvolvimento social;
3. Barbeiragens políticas ofereceram à opinião pública a imagem de um político confuso, indeciso na hora de negociar e incapaz de reconhecer reivindicações de setores sensíveis e muito próximos da população, como o da saúde e da educação (creche, principalmente, exigência de uma cidade que caminha para o pleno emprego);
4. Ducci não soube interpretar o novo perfil econômico brasileiro refletido na cidade. A nova Classe Média vem sendo regada pelo governo federal há quase 10 anos, com novas demandas em relação ao município.
5. A nova Classe Média tem carro, mas não tem uma cidade preparada para o elevado número de automóveis. Ducci não deu a importância devida aos problemas de trânsito e transporte de Curitiba;
6. Ducci não se preocupou com atos impopulares: aumentou as passagens de ônibus; não melhorou o transporte coletivo e insistiu na manutenção da estrutura arrecadatória baseada em multas;
7. A propaganda do governo Federal demonstra eficiência e hoje o curitibano sabe diferenciar as obras e respectivas autorias; o bom momento da economia e as obras do governo Federal ofuscam os pacotes de obras pré-eleitorais provincianas;
8. Ducci não soube demonstrar que seu partido participou das grandes vitórias do povo brasileiro no campo econômico – formação de nova e numerosa Classe Média, retirada de milhões da linha da miséria etc;
9. Enfim, Ducci acreditou no mundo encantado que só existe no Palácio 29 de Março.

Um comentário:

Beta Rodrigues disse...

É isso tudo que você e mais um pouco que se passa na cabeça do habitante/eleitor de Curitiba. Ele fez pouco caso das reivindicações da população, e bebeu do seu próprio remédio. Quando vi um funcionário da prefeitura, na tv, com uma trena medindo para provar que a pista não era estreita demais, percebi com quem eu estava lidando. Ali ele perdeu o meu voto, e os de quem eu influenciaria. O mundo não é mais assim. Eles falam e a gente acredita. Não, eles falam e a gente analisa. O tempo "cara-crachá" ta com os dias contados.