terça-feira, 30 de novembro de 2010

Artigo

REQUISITOS CONSTITUCIONAIS MÍNIMOS PARA O ACESSO A CARGOS OU EMPREGOS PÚBLICOS - EXCETO PARA O CARGO EM COMISSÃO QUE É DE LIVRE NOMEAÇÃO DO AGENTE POLÍTICO – PRESIDENTE DA REPÚBLICA, GOVERNADOR E PREFEITO
Por Mesael Caetano dos Santos



Em recente matéria publicada em jornal de grande circulação em nosso país, o então ministro Roberto Mangabeira Ungner, abriu discussão acerca dos cargos em comissão, como o assunto é técnico da área jurídica, esclarece-se que, os cargos em comissão são públicos preenchidos pelo administrador sem a necessidade de concurso. A linha mestra de orientação desse assunto, que é ramo do Direito Administrativo, é tratada no artigo 37 da Constituição Federal de 1988. Ele dispõe que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas e títulos de acordo com a natureza e complexidade do cargo, com forma prevista em lei, com ressalva as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; com posterior alteração pela Emenda Constitucional nº 19/1998, em razão da mudança, tal emenda trouxe como regra geral que, o cargo público seja preenchido por meio de concurso público, entretanto o legislador Constitucional abriu uma lacuna para os chamados cargos em comissão, veja-se a dicção do inciso V do artigo 37 “as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidor ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem sempre preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previsto em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento”. Contudo, não é isso o que ocorre na prática, os referidos cargos podem ser preenchidos por livre nomeação e exoneração com critério subjetivo da autoridade competente, por isso, o Presidente da República, o Governador e o Prefeito podem nomear qualquer pessoa pelo critério subjetivo, assim, esses agentes podem nomear qualquer cidadão por sua livre e espontânea vontade. Importante ressaltar que, não se sabe o número exato de servidores nomeados no Governo Federal, Estadual ou Municipal,
No Governo Federal especula-se que gira em torno 25000 servidores nomeados por esse critério. Já em Curitiba não se sabe exatamente quantos servidores são nomeados por esse critério pelo Prefeito, bem como, não se sabe os valores dos vencimento pagos a esses servidores, para piorar não se sabe também, onde esses servidores estão lotados. Indaga-se, como a coisa é pública deveria ser as claras. Importante destacar que tal prática não é ilegal, pois, a Emenda Constitucional nº 19/1998, que alterou o inciso II do artigo 37 da CF de 1988, permitiu a referida prática, o que se questiona é se esses servidores são nomeados dentro dos critérios técnicos exigidos para o cargo que irão exercer, como reza a Constituição, ademais, se prestam um serviço de qualidade para a população, pois, um dos princípios erigidos pela Carta Magna de 1988, é o princípio da eficiência na prestação do serviço público, mas, contudo, não é o que se vê na prática.
A Constituição de 1988, tornou obrigatória aprovação prévia em concurso público para o provimento de quaisquer cargo ou empregos na administração direta e indireta, inclusive para o acesso aos cargos nas empresas públicas e sociedades de economia mista, pessoas jurídicas de direito privado integrante da administração indireta, o legislador Constitucional teve a intenção por meio de concurso público selecionar pessoas mais qualificadas para atender à complexidade de que o cargo exigir, essa é a regra. E, portanto, deveria ser seguida.
Entretanto, como fora dito, essa regra não se aplica aos cargos em comissão, o chamado servidor “ad nutum” em que o agente político, seja Presidente da Republica, Governador ou Prefeito, ao seu bel prazer nomeia quem quer que seja, desde que faça parte do seu grupo político, como moeda de barganha. É notório que, o agente político não avalia se estas pessoas são qualificadas ou não para a prestação do serviço público, ou se mesmo, são idôneas para exercer à função. O que se vê na prática são acordos políticos, para dar emprego no serviço público para alguns cidadãos que se dizem representar um grupo de pessoas, o mais comum é nomear: presidente de associação de moradores, presidentes de ONGs, líderes sindicais, parentes de amigos, até mesmo burlar a lei para nomear parentes. Destaca-se ainda que, existe a prática de se indicar pessoas que são membros de certas famílias influentes da cidade. O que se vê é um desrespeito com o dinheiro público, e a baixa qualidade na prestação dos serviços públicos, com isso, quem sofre é o contribuinte com o serviço mal prestado, uma vez que a maioria dos nomeados não tem vocação para o serviço público, ainda para agravar a situação, parte dessas pessoas são primárias, sequer concluiriam o segundo grau, algumas não tem uma vida ilibada, pois tem histórico de corrupção. Importante salientar ainda que, essas pessoas são nomeadas em razão de acordos prévios eleitoreiros, em troca o que se pede é a sustentação ao projeto político de quem está no poder, em suma, o agente político usa da máquina pública para empregar pessoas que se dizem do seu grupo.
Em Curitiba, o jornal Gazeta do Povo trouxe matéria dizendo que ex-vereadores, aqueles que não conseguiram se eleger na ultima eleição, foram agraciados pelo Prefeito com cargos na Prefeitura. Fica a indagação, se a população não os elegeram para o Legislativo, presume-se que o povo também não os quer exercendo qualquer cargo público, uma vez que já tiveram oportunidade, contudo, não corresponderem à expectativa do povo no Legislativo, em razão disso, deveria o Presidente do Executivo usar o bom senso e não nomeá-los para qualquer cargo, pois, “o poder é do povo”, e, em nome dele deve ser exercido. Respeito à vontade popular é o mínimo que se espera de um governante.
Em arremate, a Constituição de 1988 tratou com grande profundidade esse tema do Direito Administrativo, certamente o legislador constituinte teve o intuito de corrigir as inúmeras irregularidades observadas em todas as administração do Brasil, prática de alguns séculos por demais arcaicas e atrasadas, até hoje, infelizmente, ainda existente nos governos do Brasil, seja na esfera Federal, Estadual ou Municipal. O que se vê é que os governantes tratam sempre a coisa pública como se estivessem tratando dos seus próprios interesses. É lastimável e um atraso para a democracia brasileira.

Dr. Mesael Caetano dos Santos é advogado em Curitiba.

Femotiba vai questionar eleição de Derosso na Justiça

A Federação Democrática das Associações de Moradores, Clubes de Mães, Entidades Beneficentes e Sociais de Curitiba (Femotiba) deve ajuizar ação popular questionando a oitava reeleição do vereador João Claúdio Derosso (PSDB) para presidir a Câmara de Curitiba, hoje pela manhã. Dos 34 dos 38 vereadores compareceram à sessão que reelegeu o vereador tucano. Dos 34 vereadores presentes, 30 votaram pela eleição e quatro se abstiveram: Jonny Stica (PT), Professora Josete (PT), Pedro Paulo (PT) e Juliano Borghetti (PP).

sábado, 27 de novembro de 2010

Desembargador que vai julgar Bibinho tem sobrinha nomeada na Assembleia

O desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) Lídio José Rotoli de Macedo – designado anteontem em caráter emergencial para julgar o habeas corpus que pede a liberdade do ex-diretor da Assembleia Legislativa paranaense Abib Miguel, o Bibinho – tem uma sobrinha que trabalha como comissionada no Legislativo.
Os diários oficiais da Assem­bleia mostram que a sobrinha do desembargador, Agatha Rotoli de Macedo Kalkmann, de 22 anos, é servidora comissionada do Legislativo – ou seja, contratada sem concurso. E o documento do recursos humanos da Assembleia com o cadastro funcional de Agatha, ao qual a Gazeta do Povo e a RPC TV tiveram acesso com exclusividade, indica que ela consta como servidora lotada num suposto gabinete do “Des. Lídio”. A lotação de Agatha é estranha porque o TJ e o Legislativo são poderes distintos e, em tese, o magistrado não poderia dispor de funcionários contratados pela Assembleia – a não ser que a Casa houvesse cedido a servidora ao TJ, o que não ocorreu, segundo os diários oficiais do Legislativo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Oitava reeleição de Derosso: monarquia ou ditadura?

Artigo por Edson Feltrin

                      
Influenciada pelos ideais do iluminismo e da Independência Americana, a Revolução Francesa está entre as maiores revoluções da história da humanidade.  Proclamou os princípios universais de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Teve tanta importância que, é considerada como o acontecimento que deu início à  Idade Contemporânea e,  o mais importante, derrubou a Monarquia no Estado de França.

O Rei era absoluto, tinha a palavra final sobre a Justiça, a economia, a diplomacia, a paz e a guerra, e quem se lhe opusesse teria como destino a prisão. Mas, o Rei sucumbiu a violenta revolta liderada por Danton, Marat e Robespierre que, com o apoio do povo  francês , em 14 de julho de 1789 derrubou a  Bastilha e o soberano teve a guilhotina como destino final.

Na Ditadura como na Monarquia, vale a palavra do ditador de plantão. No Brasil, tivemos a dramática experiência de 1964 a 1985. Os ditadores de plantão faziam valer suas vontades: editavam Leis, Atos Institucionais, Decretos, eivados de vícios e ilegitimidade que causaram, por tantos anos, a infelicidade do  povo brasileiro. Sem contar que, com mãos de ferro,  escreveram, nesse trágico período, uma página negra em nossa História. Porém,  governo sem legitimidade tem tempo certo para acabar e, da mesma forma como  caíram Monarquias e ditaduras, o povo brasileiro liderado por grandes líderes como: Ulisses Guimarães, Leonel  Brizola, Lula, Teotônio Vilela,e tantos outros, foi às ruas e derrubou a ditadura.

Parece brincadeira mas não é.  Em Curitiba vivemos uma História digna de nota e até de comparações, claro que, guardadas  as proporções devidas. Mas, na essência , não está  a dever muito a monarquias e ditaduras que se instalaram e prosperaram  pelo mundo. Senão vejamos: a Câmara Municipal de Curitiba é composta por 38 vereadores que, de 4 em 4 anos, têm seus mandatos renovados pelo voto direto da população, conforme prevê nossa Legislação Eleitoral. Os 38 edis eleitos elege a mesa executiva de nossa Casa de leis. por um período de 2 anos. E, numa afronta aos princípios mais elementares da Democracia (como alternância do poder) e num flagrante desrespeito até a princípios constitucionais, o vereador João Cláudio Derosso  já se elegeu para  7 mandatos, ou seja, 14 anos  como presidente da  Câmara Municipal.

Se não bastasse o escárnio relatado acima, a imprensa vem noticiando sistematicamente que o Vereador Derosso pretende pleitear mais um  mandato  de presidente de nosso legislativo, cujas eleições estão marcadas para o início de 2011 e, caso eleito, Derosso  somaria 8 eleições consecutivas e cumpriria mandato  de 16 anos. Estou consciente na defesa de minha tese. Curitiba não merece isso. Certamente ficará escandalizada.

O vereador Derosso tem histórico pouco recomendável para a função, pois ainda recentemente o jornal “o Estado do Paraná” publicou matéria mostrando várias irregularidades em contratações de “cargos comissionados” na Câmara. Irregularidades que estão sendo investigadas pela Promotoria  de Defesa do patrimônio Público, fato que,  poderá originar escândalo igual ou maior ao  escândalo dos “diários secretos” da Assembleia Legislativa do Paraná. E para ilustrar o currículo do nobre vereador cito mais dois fatos, a saber: 1- reportagem do jornal “Gazeta do Povo” recentemente publicou ser, o vereador Derosso, um dos  mais ricos da Casa e, 2- publicou também, reportagem escandalosa  onde  empresas de parentes do Vereador obtinham contratos milionários com a prefeitura, sem a devida concorrência pública. Essa reportagem, inclusive, serviu de base para ação movida pela Federação das Associações de Moradores de Curitiba (FEMOTIBA) que,peticionou à Promotoria de Defesa do patrimônio Público requerendo a investigação do caso e que, as providências legais fossem tomadas e, caso houvesse irregularidade, os envolvidos fossem devidamente punidos.

Diante desses fatos, não podemos permitir que João Cláudio Derosso venha presidir nosso Legislativo por mais 2 anos. É, no mínimo, escandaloso, e falta de responsabilidade de  nossos vereadores que, quero crer, tomarão as medidas cabíveis e necessárias para impedir que isso aconteça. Caso, porém, nossos vereadores sucumbam à vontade soberana e, por  que não dizer, ditatorial do vereador , a sociedade, através de suas representações, no meu ponto de vista, deverá tomar as providências cabíveis.  Ou seja, deverá fazer manifestações de toda ordem e, impedir que num ato imoral e ilegítimo, Derosso seja reconduzido pela oitava vez à presidência da Câmara. Pois, além  de imoral e ilegítimo seria vergonhoso para Curitiba. Com a Palavra os vereadores e a  sociedade curitibana.

Edson Feltrin é advogado, militante do PDT e dos movimentos sociais.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Presidente da Copel morre em acidente na BR-116

O presidente da Companhia Paranaense de Energia (Copel), Ronald Ravedutti, de 59 anos, morreu na manhã desta quarta-feira (24), em um acidente na BR-116, em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o carro em que Ravedutti estava capotou no km 38, próximo a Represa do Capivari.

Ravedutti, de acordo com a PRF, morreu no local do acidente. Segundo a assessoria de imprensa da Copel, também estavam no veículo o motorista e um fotógrafo da assessoria de imprensa, que sofreram ferimentos leves. Eles retornavam de um evento que aconteceu em São Paulo.

A PRF informa que o trânsito no local estava parcialmente interditado por volta das 8h20, mas o tráfego fluía normalmente. (informações da Gazeta do Povo)

10h23 -Mais informações: Ravedutti viajava no banco traseiro do automóvel sem o cinto de segurança e teria sido lançado fora do automóvel (Renault Scénic)  no capotamento.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

E o coveiro deu no pé

Cést la vie, mes camarades!

Uma cidade sem coveiro - O cemitério da cidade de Sarandi, que fica próxima a Maringá, no Norte do Paraná, está sem coveiro. Ele simplesmente abandonou o serviço porque passou num concurso. Enquanto o antigo coveiro melhora de vida, a Prefeitura tenta sem sucesso contratar outro. Na região, está faltando mão-de-obra na Construção Civil e sobram vagas em outros setores que não exigem muita capacitação dos trabalhadores. Aqui, a lei da oferta e procura está funcionando como deve: o excesso na oferta de empregos demanda maiores salários. Ou seja, enquanto a Prefeitura não aumentar o salário do coveiro, não haverá candidatos ao posto.

Buraco de rua ganha nome de vereadores - Em Rio Branco do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, os moradores se cansaram de pedir para a prefeitura tapar os buracos de rua. Agora, cada buraco na cidade leva o nome de um vereador ou do prefeito. Isso mesmo, a população resolveu colocar uma plaquinha com o nome dos responsáveis pelo descaso, ou seja, pelo buraco na via.

Não atrapalhe o trânsito - Uma pessoa morreu num acidente esta manhã envolvendo um ônibus "Ligeirinho" e um carro. A Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran) limitou-se a informar que não há congestionamento no local. É isso, mes camarades, a vida, quem morreu e por que morreu, não importa nada, o que importa, é que os motoristas não vão sofrer num congestionamento nesta cinzenta terça-feira.


O horror - Caso não haja empenho dos corpos diplomáticos dos EUA e China, a antiga guerra entre as coreias tem tudo para explodir novamente. Os dois países vivem um cessar-fogo desde a década de 50 e um ataque de artilharia da Coreia do Norte a posições da Coreia do Sul parece ser o estopim da tragédia anunciada. Uma guerra na Ásia agora poderia trazer um certo alívio ao mundo capitalista em crise. O porém é que a Coreia do Norte tem tecnologia para armas atômicas.

Coisa do futebol - Quem diria, o Flamengo, campeão do Brasileirão do ano passado, briga para não cair para a segunda divisão e o Fluminense, que brigou o ano passado para não cair, está com tudo para faturar o título deste ano.


Dos excessos

O trabalho e a diversão
Nos distraem da morte.
O amor nos liberta da carne
E Deus nos dá esperança.
Mas sem excessos.
Do contrário,
Sereis escravos,
Sereis amargos,
Sereis fanáticos.

Leia o poema completo...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Malucelli procura sócios

Joel Malucelli
Fernando Scheller (O Estado de S. Paulo)
SÃO PAULO - Certa vez, em uma reunião com investidores estrangeiros, perguntaram ao empresário Joel Malucelli, dono de um dos maiores conglomerados do Paraná, se ele sabia falar inglês. Ele respondeu: "Não sei falar inglês, mas sei tocar acordeão." Diante da expressão de interrogação dos interlocutores, Malucelli explicou: "É que meu pai nunca me botou na aula de inglês, mas me colocou na aula de acordeão." Ciente de que a próxima geração da família está mais preparada para lidar com as exigências e complexidades do mercado brasileiro atual, o empresário pretende aos poucos sair de cena, pendurando definitivamente as chuteiras em dezembro de 2012. A venda de uma participação de 49% na seguradora J. Malucelli para o grupo americano Travellers - concluída na semana passada nos Estados Unidos - já foi conduzida pelo sucessor, Alexandre, o primogênito de Joel. O negócio, além de deixar a família R$ 800 milhões mais rica, pode fazer com que a seguradora voe mais longe, inclusive ganhando espaço no mercado internacional.
O acerto com a Travellers faz parte de uma estratégia mais ampla do grupo J. Malucelli, um emaranhado de 62 empresas nas áreas de energia, comércio, turismo, concessões rodoviárias, consultoria, locação de equipamentos, mídia, agropecuária, bancos e um time de futebol. Juntas, as companhias devem faturar R$ 1,6 bilhão neste ano. O empresário está em busca de sócios - desde que eles se contentem com a posição de coadjuvantes no conglomerado que leva sua inicial e sobrenome. O objetivo é que a participação da família no grupo não fique abaixo de 70%.Leia a matéria completa....

domingo, 21 de novembro de 2010

Lula encontra-se com Lulinha, o presidente de 7 anos

POR CHRISTINA NASCIMENTO (Jornal O Dia)
Rio - 'Eu esperei 60 anos para ser chamado de presidente. E você, nesta idade, já é chamado assim?’. Num amplo salão de leitura do Copacabana Palace, sentado no colo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o garoto de 7 anos, que tem na certidão de nascimento o nome do operário que chegou ao cargo mais importante do País, faz cara de envergonhado, mas confirma: “Sou sim, presidente”. O momento não poderia ser mais especial para ambos. É o encontro de dois personagens de uma história brasileira, baseada em fatos reais e com final feliz.
Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Luiz Inácio Matias da Silva, o Lulinha, e sua família conheceram na sexta-feira o homem que não só inspirou seu nome, mas que, em oito de anos de governo, tirou, com programas como o Bolsa Família, 20,4 milhões de brasileiros da linha de miséria. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mas a família de Lulinha, que recebe o Bolsa Família, nem precisa de estatísticas oficiais: Francisco Canindé da Silva, 36 anos, e Itônia Matias da Silva, 33, retirantes nordestinos, e seus cinco filhos sabem que estão entre esses brasileiros. Quando o casal veio do Rio Grande do Norte, há nove anos, com três filhos, não tinha o que comer. Hoje, eles conseguem pensar em futuro.
>>> GALERIA DE FOTOS: Lulinha, 8 anos depois

“Acho que esse é o grande legado que vai ficar no Brasil depois que eu deixar a Presidência: as pessoas vão perceber que elas podem. Não existe limite para o ser humano quando ele quer as coisas. E obviamente que um menino como esse, criado no Rio, com o pai e a mãe com uma condição certinha, vai ter muito mais condições do que eu tive, estudar muito mais do que eu estudei e chegar aonde cheguei. E só não pode ser mais (risos) porque não tem cargo mais importante que o do presidente”, disse Lula.

‘EU ERA MAIS FEIO DO QUE VOCÊ’
A chegada do presidente ao salão de leitura do hotel, onde a família o esperava, foi sem protocolos: “Oi, Lulinha, tudo bem?”, falou, identificando, de imediato, o garoto em meio aos seus quatro irmãos. A empatia entre os dois logo fez com que saíssem juntos da roda de apresentação e sentassem na mesma cadeira. Lulinha no colo do presidente.
Vídeo: Ricardo Stuckert / Presidência da República
“E aí, Lulinha? Deixa eu ver se você está com cara de que vai ser presidente da República. Eu era mais feio do que você quando era pequeno e virei presidente, hein!”. As palavras, em tom de brincadeira, eram mais que um recado para o menino do Morro Camarista Méier, no Engenho de Dentro. Era a própria trajetória que Lula contava abraçado ao pequeno xará. Assim como os pais do garoto, os do presidente também deixaram o Nordeste em busca de uma vida melhor na região Sudeste. “É verdade que você tinha 23 quilos a menos? Você está até mais bonita. Está diferente. Paulo Freire (educador) dizia: ‘Quer ver uma pessoa ficar bonita? É só comer’”, lembrou o presidente enquanto olhava as fotos antigas de Itônia, mãe de Lulinha, e os filhos, estampadas no caderno especial ‘Lulinha 8 Anos Depois’, que O DIA publicou na última quinta-feira, contando a evolução da qualidade de vida da família ao longo dos dois mandatos de Lula.

As lembranças do passado do presidente pareciam recontar a história da família Silva. Emocionado, Lula disse que foi uma opção corajosa a que Francisco tomou ao tentar a vida na capital carioca. “É uma decisão difícil sair da sua terra natal e entrar dentro do ônibus e falar: ‘Vou embora para o Rio de Janeiro para tentar a vida’. Chegar aqui, neste mundaréu de coisas, sem conhecer ninguém... Uma das coisas que admiro muito da minha mãe é como uma mulher coloca oito filhos dentro de um pau-de-arara para ir para São Paulo tentar a sorte. E acho que isso é uma aventura de quem tem coragem: não ficar esperando a sorte passar. Ela está por aí, em algum lugar. E, se a gente teimar, consegue chegar nela e vencer na vida”.

A mudança do Rio Grande do Norte, feita há nove anos, foi contada por Itônia a pedido de Lula, que queria saber detalhes de como eles fizeram a viagem de ônibus. “Vieram quantos no seu colo?”, perguntou ele, indicando que já sabia que a mãe tinha dinheiro apenas para uma única passagem. “Três: Fernando, Juvenal e Jaíne” — o mais velho, Felipe, ficou com os avós e só veio para o Rio, de avião, este ano. “Quantas horas de viagem?”, emendou o presidente. “Trinta e seis”, respondeu a mãe de Lulinha. Francisco, então, provocou: “Pouca coisa. O senhor passou 15 dias para chegar aqui, amigo. Ela chegou em 36 horas”. Lula olhou para o pai dos meninos e devolveu: “Mas eu vim sentado no banco. Não vieram três no colo”.

A franqueza não surpreendeu, muito menos criou saia-justa. Lula arrancou risadas em muitos momentos da conversa, que durou quase uma hora. Um deles foi quando soube o time de Lulinha. “Flamenguista, ‘presidente’? Quando você ficar bom de bola vai para o Corinthians. Nada de Flamengo, São Paulo, Fluminense... E ainda dá para você jogar perto do Ronaldão. Ele, com aquele corpão todo... Imagina você magrinho assim...”

Antes de deixar o salão, Lula abraçou o menino do Camarista Méier e desejou sorte: “Acho que Deus foi muito generoso comigo. Não era normal acontecer comigo o que está acontecendo. Nós provamos que é possível fazer muita coisa. E esse menino pode fazer muita coisa. O importante é que ele seja um homem de bem. Uma pessoa que respeita o pai e a mãe, goste dos seus irmãos e estude para depois trabalhar e ganhar a vida dignamente. Acho que é isso que está reservado para ele”. Na despedida, avisou: “O seu pai, a sua mãe e, agora, o Lulão vão ficar de olho em você. Então, estude e seja um bom aluno”.

Paixões curitibanas


Mandei-te tantas flores,
Tantas rosas vermelhas
E nenhuma resposta
(Depois descobri que o florista errou o endereço!)

Nas vezes em que conversamos
Quantos segredos não revelados
Quantos enganos em nós escondidos
Num ramalhete, num bilhete
Em rosas puramente vermelhas
Que te mandei junto com o meu coração atleticano
(Como poderia adivinhar-te muda e coxa-branca?)

Dediquei a ti tantos poemas
Poemas em pétalas de rosa
Rosas vermelhas, vermelhas rosas
E nenhuma resposta.
(Como poderia saber-te daltônica e especialista em prosa?)

Definitivamente desisti.
E com os olhos vermelhos,
Vermelhos olhos,
De tantas lágrimas
Dedicadas a ti,
Fiz a felicidade da oftalmologista.


* * *Para quem não conhece Curitiba: aqui, algumas ruas chegam a ter mais cinco nomes, fora os nomes polacos impronunciáveis e os nomes semelhantes, do tipo Marechal Floriano e Marechal Deodoro. A numeração das casas é uma desgraça. É mole, mole se perder na cidade.
Atléticano(a) é o torcedor do Clube Atlético Paranaense.
Coxa-branca é o torcedor do Coritiba F. C., principal adversário do Atlético.
Os homens de Curitiba, embora com a fama de sisudos e calados, têm o salutar hábito de mandar flores para suas mulheres e namoradas.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Gazeta do Povo ganha o Esso, maior prêmio do jornalismo brasileiro

Hoje é um dia muito especial para a imprensa paranaense. A série de reportagens Diários Secretos, publicada desde março pela Gazeta do Povo e pela RPC TV foi anunciada como a grande vencedora do Prêmio Esso de Jornalismo. A série, que desvendou um esquema de desvio de pelo menos R$ 100 milhões dentro da Assembleia Legislativa do Paraná, de acordo com cálculos do Ministério Público, derrotou na final reportagens dos jornais O Estado de São Paulo e Folha de S. Paulo.
O Esso é o mais importante prêmio do jornalismo brasileiro. Concedido desde 1956, homenageia as mais importantes reportagens publicadas no ano. Esta é apenas a segunda vez que um veículo fora do eixo Rio-São Paulo-Brasília vence a categoria principal. A Gazeta já havia conquistado a categoria Regional Sul em 2004.
O prêmio foi recebido no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, pelo editor de Vida Pública da Gazeta do Povo, Fernando Martins, e pelos quatro repórteres responsáveis pela investigação: Kátia Brembatti, Karlos Kohlbach, James Alberti e Gabriel Tabatcheik.
Os quatro jornalistas trabalharam por quase dois anos organizando uma base de dados com informações que foram obtidas em mais de 700 diários oficiais. Os jornais eram mantidos na Assembleia sem qualquer tipo de publicidade: nem os jornalistas nem a população conseguiam acessá-los, numa afronta à Constituição, que determina a divulgação dos atos dos poderes públicos.
Quando a série começou a ser publicada, este blog assim se manifestou:

O fim do jornalismo puxa-saco e o histórico início da verdade

E continua a grande série da Gazeta do Povo-RPC sobre os diários fajutos da Assembléia Legislativa do Paraná. Esta grande reportagem dos jornalistas Karlos Kohlbach, Katia Brembatti, James Alberti e Gabriel Tabatcheik certamente já figura entre as mais brilhantes do jornalismo brasileiro e é um marco no jornalismo paranaense. Antes dela, o jornalismo provinciano, cheio de dedos para não atingir os poderosos e depois dela, o jornalismo cidadão, comprometido com o juramento que fizemos na universidade.

O trabalho está tão bem feito, editorialmente falando, tão bem editado, diagramado e explicado, que até agora apenas algumas vozes tímidas e amedrontadas ousaram ver nele algum indício de encomenda, ou coisa que o valha, ao se cutucar essa triste chaga de nossos políticos desonestos que é a corrupção.

Essas vozes do medo tomam suas condenáveis práticas como a únicas vestimentas que se pode dar a uma notícia, porque, na realidade, não conhecem outra alfaiataria a não ser aquela baseada na agulha do achaque, no tecido da troca de favores, na máquina que costura os envelopes do dinheiro fácil.

Quiseram até mesmo evocar a história da Gazeta-RPC para desqualificar a reportagem dos diários avulsos, mas olvidam safadamente que a Gazeta-RPC está sob nova direção e hoje conta com jornalistas realmente profissionais, longe dos velhos esquemas do pagamento na boca do caixa do erário.

A Gazeta-RPC está pondo fim ao velho jornalismo de release, ao jornalismo lambe-botas, ao jornalismo de interesses inconfessáveis.

O problema é que o povo vai se acostumar com este novo tipo de jornalismo e questionará a razão de outros órgãos de imprensa não fazerem o mesmo - quais os interesses que os impedem de ter em suas páginas a verdade? - esta será a pergunta.

Aos professores de jornalismo, aos colegas: guardem as edições da Gazeta desta semana e deste domingo, as imagens da RPC, e as mostrem a seus alunos - foi nesta semana, antes do outono de 2010, que começou a ser praticada a verdade em nossa província, que somente agora poderá ser chamada realmente de estado. De hoje para diante, mostrem que a velha ação entre amigos que frequentava as redações não passa de uma veterana história a se esquecer. Digam sem medo, em sala de aula, que os velhos pilantras que ainda atuam na nossa profissão devem se aposentar, porque não há mais espaço para a mentira, porque puxar o saco a troco de jabá não está mais nos manuais de redação da imprensa paranaense.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Testemunha diz que nunca teve conta no HSBC, mas R$ 124 mil foram depositados pela AL

Thayse Pereira Gbur afirmou ontem à 9.ª Vara Criminal de Curitiba que há dois anos trabalha num lava-car e que jamais deu expediente na Assembleia do Paraná. Disse ainda que nunca foi ao banco HSBC abrir a conta corrente em que a Assembleia depositou R$ 124,4 mil em “salários” por quase um ano – média de R$ 11 mil mensais. Nesta semana, reportagem da Gazeta do Povo revelou que o HSBC demitiu nove funcionários acusados de abrir contas para depósitos de salários da Assembleia sem conhecimento dos titulares, que seriam laranjas usados para desvio de dinheiro. Leia mais na Gazeta do Povo...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Polícia Federal pode retomar investigação de deputados paranaenses

Os deputados paranaenses e servidores públicos suspeitos de participarem do escândalo dos diários secretos da Assembleia Legislativa estão de barbas de molho. Até a semana passada, o clima entre eles era de certa tranquilidade, na base do "está tudo dominado". Somente alguns ex-diretoes e funcionários miúdos estavam enrolados com a Justiça. Os graúdos ficaram de fora. Mas eis que um pequeno detalhe da história pode trazer a Polícia Federal e depois, a Promotoria Federal, de volta para o caso que deviou milhões da Assembleia do Paraná. Hoje, a Gazeta do Povo informa que até o momento, apenas o Ministério Público Estadual apura o caso.
O indício de crime federal surgiu quando o HSBC, um dos bancos em que são pagos os salários da Assembleia, demitiu nove funcionários suspeitos de envolvimento com os desvios. Eles teriam aberto contas para recebimento de valores sem autorização dos supostos titulares – supostamente num esquema de uso de laranjas para desviar os recursos.
A comprovação de um possível crime federal não apenas traria a PF para investigar parte dos casos de novo como reacenderia a discussão sobre quem tem a competência para julgar as denúncias criminais: Justiça Estadual ou Federal?
Caso haja uma nova discussão sobre a competência na apuração das denúncias, a Corte máxima poderá tomar três caminhos: determinar que a Justiça Estadual fique com todo o caso; que todas as denúncias fiquem na Justiça Federal; ou, numa terceira alternativa, desmembrar o inquérito, fazendo com que as duas esferas do Poder Judiciário trabalhem ao mesmo tempo. Neste último caso, a PF investigaria tão somente a suspeita de crimes federais e o Ministério Público Estadual os supostos crimes de natureza estadual.
O MP já solicitou uma cópia do procedimento interno do HSBC, que deve ser remetido até o fim da semana que vem. Ontem, o presidente do sindicato de bancários de Curitiba e região metropolitana, Otávio Dias, disse que um dos funcionários demitidos por justa causa pelo HSBC nem sequer sabe o motivo do desligamento. “Eles foram ouvidos na sindicância e simplesmente informados da demissão”, disse, citando que o sindicato foi procurado para dar assessoria jurídica.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Escândalo: depois da Assembleia Legislativa é a vez da Câmara de Curitiba


Artigo por Edson Feltrin
Vivemos no Estado do Paraná a égide dos escândalos. A Assembleia  Legislativa foi e é palco de um dos maiores escândalos de sua História. Os diários secretos  movimentaram a imprensa, o Ministério Público   e a Polícia. Vários  diretores da casa foram presos  e respondem processos, os mais variados, o que, certamente,  acabará  por condená-los, dada a gravidade  dos crimes por eles perpetrados. O que nos causa espanto, entretanto, é que os verdadeiros  protagonistas do escândalo continuam  ostentando seus mandatos de deputado e, em vez de estarem na prisão, fazendo companhia para os ex-diretores da casa, estão livremente pelos corredores da Assembleia , exercendo seus mandatos e, até, de forma hipócrita, fazendo discursos  da tribuna da casa, defendendo a  moralidade pública.
 Neste clima de indignação da opinião pública, os escândalos não dão sinais  de arrefecimento, pois  na esteira do escândalo da Assembleia surge   mais uma grave denúncia, agora, envolvendo a Câmara Municipal de Curitiba. E, conforme reportagem do jornal o  estado do Paraná  (edição do último dia 13), uma Lei  aprovada pela Câmara, considerada inconstitucional pelo Ministério Público, permitiu a contratação  em cargos comissionados de servidores  de forma irregular, a ponto de,  o  Dr.  Mário Sérgio, da Promotoria   de Justiça de Proteção ao patrimônio Público, declarar: As investigações envolvendo cargos de comissão na Câmara de Curitiba não são novidade na Promotoria de patrimônio Público. Desde 2000, vários procedimentos instaurados são,  de certo modo, semelhantes ao caso do escândalo de funcionários fantasmas descobertos na Assembleia legislativa do Paraná.
Dada a gravidade da denúncia,  que aos poucos  vai  ganhando repercussão nos meios de comunicação de massa, como se deu  no escândalo  das reportagens diários secretos da Assembleia  Legislativa, denunciados  pela gazeta do povo e RPC-TV,   que mobilizou a opinião pública à  época, defendo a mesma mobilização para o escândalo  da Câmara Municipal e, toda a sociedade organizada deve ir às ruas pedir  rigorosa  apuração dos fatos denunciados. 
Vale lembrar que, no caso da Câmara Municipal há um fato que reputo  da mais alta relevância,  isto é, o  atual presidente da mesa diretora está no cargo desde os idos de l997, sendo reeleito  sucessivamente pelos seus pares até  os dias de hoje – sete mandatos consecutivos – num flagrante desrespeito aos princípios básicos da Democracia que, entre outros preceitos, reza pela alternância  no poder. Pergunta-se: por que esse apego  ao poder? A resposta não poderia ser outra senão a criação e a manutenção de privilégios para si e para apaniguados, como  pontua  as ações da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público contra a Câmara Municipal.
Em 2009, por ocasião da sétima reeleição do Vereador Derosso para a presidência da Câmara, fiz um movimento para tentar impedir tal desideratum, inclusive, com grande repercussão nos meios de comunicação e na opinião pública mas, fui voto vencido. Porém, não  desisti  da luta. Peticionei  ao Ministério Público  defendendo a tese da  ilegalidade da sétima reeleição do vereador  Derosso , com base no preceito  da SIMETRIA CONSTITUCIONAL, previsto  no parágrafo 4° do artigo 57 da Constituição Federal.
Os  fatos veiculados pelo jornal o Estado do Paraná provam muitas coisas, entre elas que,  tinha eu razão em 2009, quando tentei  de todas as formas impedir que o Vereador Derosso fosse eleito pela sétima vez para presidir o legislativo Municipal  e, quero crer que, se o Ministério Público  for às últimas conseqüências na investigação, com apoio  dos meios de comunicação e, com mobilização popular, para nossa decepção,  vamos presenciar mais um escândalo de grandes proporções em nosso estado, desta vez em nossa cidade. Com a palavra: Derosso  e os   vereadores curitibanos.

Edson Feltrin é advogado, militante do PDT e dos movimentos sociais.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Transa à moda curitibana - guia prático para turistas

Caso você - que mora em lugares mais quentes, com praia e sol - alimente aquela vontade secreta de viver dentro de um freezer, pode vir. O curitibano vai receber você com o mesmo entusiasmo que recebe a sogra no almoço de domingo.
Mas caso esse aviso ainda não convença você, caro amigo turista, pegue a patroa e vá treinando a seguinte seqüência para uma transa à moda curitibana:

1. no quarto, ligue o aquecedor (lembre-se: em motel, ele geralmente não funciona direito. Caso funcione, cuide para não jogar cuecas, calcinhas e meias sobre o aquecedor, periga você acordar com um incêndio no quarto);
2. não tome banho (Nem pensar! Entrar na água vai ser um desafio e sair um sacrifício. Caso você insista, verifique que alguma coisa em você realmente encolheu e possivelmente vai se negar a trabalhar);
3. tire a roupa somente depois de estar debaixo das cobertas, as meias podem ficar;
4. convença sua companheira a fazer a mesma coisa;
5. coloque um cobertor nas costas e tente pular na cama sem deixar o cobertor cair. Depois repita o mesmo treino com a patroa.

Já em Curitiba e depois de estar devidamente treinado:

Em hipótese alguma tire o cobertor das costas. É ridículo, eu sei. Mas não tire nem que sua patroa peça e a vaca tussa, pois você corre o risco de pegar uma pneumonia ou ser chamado de frouxo, boiola e outros adjetivos do gênero. Fofocas se espalham e um dia elas podem chegar na sua cidade.  (JFN).

P.S: Este texto já foi publicado aqui, em outros invernos. Mas é sempre bom relembrar esses úteis conselhos.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A mais das vezes, a maldade está nos olhos de quem pensa enxergá-la

Depois do Monteiro Lobato vem aí mais uma da Confraria dos Idiotas Perfeitos (CIP), a que mais cresce no Brasil: proibir os gibis da Turma da Mônica. Eles entendem que há uma mensagem subliminar nos planos infalíveis do Cebolinha, uma pulsão de origem sexual, depravada e masoquista. Em outras palavras, Cebolinha quer comer a Mônica e levar uns tapas.
Oi, no Brasil a telefonia é uma farra! Por isso, Vivo bem!... É Claro que não Tim engano!

O drama do trabalhador europeu

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Das coisas impossíveis I

 

 

 

Coisas que você nunca conseguirá fazer: colocar o creme dental novamente dentro do tubo; devolver o filho para o saco do pai; e colocar alguma inteligência nas cabeças dos fanáticos e donos da verdade.

Bundalelê no jornal da RPC

"O Dia" e sua capa genial

C'est la vie, mes camarades!

E nem se explica e se complica! - Essa história dos furos do Enem não dá para explicar satisfatoriamente, porque os erros e atrapalhadas são mais do que evidentes. Insistir em acusar este ou aquele por uma coisa que deveria ser fiscalizada e encaminhada pelo MEC não livra o ministro Fernando Haddad de suas responsabilidades. Haddad é um dos bons ministros de Lula, mas tem que dar o nome aos bois, instaurar inquéritos administrativos para punir os incompetentes e fazer outra prova para dar o caráter de justo ao exame do Enem. Em provas, desde o jardim de infância, vestibular ou na faculdade, o educando não admite a hipótese ou possibilidade de ser passado para trás. 

Uma capa genial - Ameaçado em sua existência pelos meios eletrônicos de difusão de informações, o jornal impresso diário tenta, e desesperadamente, sair da mesmice impostas pela falta de criatividade. A capa de "O Dia" de hoje é simplesmente genial, porque abandona todos os pressupostos acadêmicos do "jornalismo de terno, gravata e coisa e tal" - que mais descomunicam do que comunicam - e fala diretamente ao leitor, este ente tão esquecido pelos manuais de redação.

Temos que examinar o fluxo - Os fenômenos econômicos recebem nomes relacionados à medicina. Há uma explicação histórica para isso e que não vem ao caso agora. Por isso que parece conversa de ginecologista gaúcho essa coisa de "examinar o fluxo" da China. Fluxo de capital, é lógico!

Juros indecentes - E o mercado de capitais se diz "nervoso" ao esperar a composição da equipe econômica da presidente eleita Dilma Rousseff. O nervosismo se justifica, Dilma nunca concordou com as taxas de juros praticadas por essa turma que vive no paraíso ao esfolar o povo brasileiro, que habita mormente o inferno. Dilma defende juros decentes, coisa que os indecentes não querem.

Momo é rei, porém miserável - No último Carnaval, a Prefeitura do Rio gastou R$ 8,4 milhões no Grupo Especial das escolas de samba. Esse ano, a verba pública para a festa de Momo vai ser zero. O Ministério Público acabou com a farra porque nem licitação havia para o tal "financiamento".

Curi e Justus são apontados em esquema de contratações irregulares na Assembleia Legislativa do Paraná

A edição de hoje da Gazeta do Povo mostra que os responsáveis pelo escândalo de nomeações de fantasmas e gafanhotos na Assembleia Legislativa do Paraná têm nome e sobrenome. O atual diretor de pessoal da Assembleia Legislativa do Paraná (AL), Antônio Carlos Gulbino, responsabilizou ontem o presidente da Casa, deputado Nelson Justus (DEM), e o 1.º secretário, deputado Ale­­xandre Curi (PMDB), por todas contratações e demissões de funcionários do Legislativo a partir de 2007 – quando os dois parlamentares assumiram suas funções na Mesa Executiva. Nesse período, segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MP) à Justiça, houve a contratação de servidores fantasmas e, por meio deles, desvio de dinheiro da Assembleia. O esquema ficou conhecido como o escândalo dos Diários Secretos porque as contratações dos fantasmas eram escondidas da sociedade por meio da ocultação dos Diários Oficiais da Casa.
A declaração de Gulbino foi dada durante depoimento dele na 9.ª Vara Criminal de Curi­­tiba, no julgamento do primeiro processo judicial decorrente das denúncias de desvio de dinheiro da Assembleia, reveladas pela Gazeta do Povo e RPC TV na série de reportagens Diá­­rios Secretos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Enem aí! MEC dá mais uma mancada

Há uma coisa que professor e a escola não podem errar: aplicação de prova. Quem está no magistério sabe disso, porque o que está em jogo é a eficácia do sistema de ensino (tanto do avaliador quanto da instituição que aplica a prova). Mas as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do Ministério da Educação (MEC) parecem ser a negação do óbvio. As mancadas são tantas que podemos creditá-las à incompetência inocente ou à incompetência intencional. Depois do escândalo do ano passado, o Enem de 2010 apresentou provas em quatro versões, de cores diferentes. O caderno amarelo foi o que apresentou o maior número de problemas. Ele trazia folhas da prova branca encartadas de forma errada e, por esse motivo, faltavam questões. Havia perguntas repetidas com numerações iguais e perguntas iguais com numerações diferentes. De acordo com dados preliminares do MEC, cerca de 1% das provas tinha esses erros, o que significa que 20 mil estudantes, aproximadamente, foram afetados. E no melhor estilo e nem aí, o MEC não apresentou ainda uma posição clara de como resolver o problema desses alunos e, principalmente, uma boa explicação para o problema. Educação é coisa séria e muitos desses estudantes estão decidindo suas vidas justamente na prova do Enem.

sábado, 6 de novembro de 2010

Início do julgamento de Bibinho confirmado para segunda-feira

A Gazeta do povo confirma em sua edição de hoje o início do julgamento dos ex-diretores da Assembléia Legislativa do Paraná nesta segunda-feira. A possibilidade de adiamento surgiu na última quinta-feira, quando Bibinho passou mal e teve de ser submetido a uma cirurgia para correção de uma hérnia umbilical estrangulada no Hospital São Lucas, em Curitiba, onde continua internado. Ele vem apresentando “ótima evolução”, segundo o médico Rogério Augusto Camargo Scheibe, que operou o paciente. Na avaliação do médico, Bibinho poderá receber alta hospitalar de dois a três dias. Se o paciente evoluir da maneira verificada até agora, ele poderá estar “muito bem” na segunda-feira, de acordo com o médico.

Scheibe é funcionário de carreira da Assembleia Legislativa e diz ter recebido convocação do juiz para testemunhar no julgamento. Ele diz que não sabia previamente que seria convocado e que é “médico em primeiro lugar”, sem envolvimento com questões políticas.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Funcionários da Prefeitura de Curitiba aparecem como doadores de Richa

O TRE-PR precisa ficar mais atento, pois não é a primeira vez, e nem a última, que funcionários comissionados da Prefeitura de Curitiba aparecem nas contas de campanha de Berto Richa (PSDB) como doadores, quando é sabido que boa parte deles trabalhou na campanha. Confira a lista completa no endereço do TSE , anote o nome deles e verifique as nomeações do governo em janeiro. O mesmo tem que ser feito com as empresas nos contratos e licitações. E por falar nisso, a quantas anda o processo do Caixa 2 que se arrasta a passo de cágado pelos labirintos de nossa competente Justiça Eleitoral?

Campanha permanente: como a oposição poderá reconquistar Curitiba e o Paraná até 2014

Artigo por Edson Feltrin
 

Sidney Blumenthal escreveu nos anos 80 um livro que serviu de paradigma para o Partido Republicano nas recentes eleições para o Congresso Americano. Blumenthal, estrategista do partido Democrata observou que estávamos entrando na era da campanha política permanente. Os republicanos aprenderam isso. Os democratas, não. No começo do governo Obama, os republicanos começaram sua campanha para vencer as eleições de meio de mandato se opondo a todas as iniciativas presidenciais.  Os republicanos, logo ao início do mandato, começaram oposição feroz a Obama e, aliado ao desgaste político que essa oposição causou, parece ainda que, segundo analistas políticos americanos, o presidente Obama se preocupou demais com a governança e se afastou  da política e, como anotou E.J. Dione, articulista do Washington Post, “na democracia, separar a governança da política é impossível”. Como consequência disso, a campanha de Obama para o Congresso foi incoerente e desordenada.  Daí a fragorosa derrota.

Política não há lugar para meio termo, as posições tem de ser claras e  cada um deve decidir que caminho  quer  tomar. Ser situação ou oposição, eis a questão. Sabemos que nossa tradição não é bem essa, eis que, a maioria dos políticos prefere se acomodar  na sombra do poder  e o governante de plantão quando oposição ao governo central  defende o “republicanismo” mas,  no sentido inverso,  não  o pratica, não  o respeita. Ou seja, se envereda pela prática da cooptação.  Com isso, tenta anular as forças oposicionistas, sem contar, é claro,  que através de orçamentos milionários tenta de uma forma ou de outra, calar os meios de comunicação de massa que, em vez de exercerem papel  imparcial e fiscalizador, passam-lhes a cantar loas e, através desses mecanismos espúrios,  vão  criando facilidades para a perpetuação no poder.

No Brasil a esquerda impôs derrota acachapante à direita reacionária. Dilma e Lula defendendo propostas progressistas sensibilizaram a  Nação, enquanto que, Serra  e FHC  defendendo valores  do atraso, novamente ficaram no meio do caminho e saíram humilhados da eleição.
Em Curitiba e no Paraná, infelizmente, impera a política da direita, a política do atraso, e só sairemos desse caos olhando para o futuro, nos organizando e, como disse Blumenthal, utilizando o conceito de “campanha permanente”, isto é, a partir de agora, iniciando  uma oposição sem tréguas aos donos do poder em nossa cidade e em nosso estado. E, para isso, quero crer que, temos todos os meios necessários para tal, sem contar, ainda, com a fragilidade de nossos adversários.
Estrategicamente, temos que mobilizar os movimentos sociais, as centrais sindicais, os partidos políticos de esquerda e cobrar, sem tréguas, as promessas de campanha do governador eleito (maioria delas demagógicas), portanto, sem as mínimas condições de serem concretizadas.  Um exemplo é o funcionalismo público que,  a partir do primeiro dia do novo governo, tem que cobrar o que lhe foi prometido e, caso não cumprido , deve ir  às ruas  e exigir  do novo governador  a viabilização de suas promessas. Outro exemplo é o MST que, achincalhado na campanha pelo governador eleito deve reagir com firmeza à política neoconservadora  que, com certeza, será implementada no campo a partir de 1º de janeiro.
Outro ponto que não deve ser desprezado é a fiscalização dos atos do governo e do prefeito da Capital, principalmente os relacionados a licitação de obras e de grandes contratos de prestação de serviços, pois é público e notório que, tanto o prefeito como o futuro governador não têm um histórico recomendável a respeito desses quesitos. A prática comum da prefeitura de Curitiba são contratos renovados sem licitação, sem contar ainda, a farra dos aditivos contratuais. Como prova, lembro os contratos das empresas Laine e Viaplan de propriedade das famílias Derosso e Rui Hara que foram denunciadas pelo jornal a Gazeta do Povo, por renovação de contrato sem licitação e, hoje, são objeto de ação que tramita na Promotoria de Defesa do patrimônio Público- Ministério Público, impetrada pela Femotiba - Federação   das Associação de Moradores de Curitiba. Sem contar outros casos que,corroboram o acima exposto, como o escândalo de uma empreiteira que participava de concorrência pública se utilizando de certidões falsas.
 A oposição não deve se esquecer também do público e notório “caixa 2”, processo que tramita na Justiça Eleitoral de nosso Estado e, caso venham a ser condenados, o que é provável, pois existem provas sobejas  do crime, tanto Luciano Ducci como Beto Richa ficarão inelegíveis em 2012 e 2014. Além de tantas outras questões jurídicas e políticas que poderão ser levantadas no decorrer do processo, tais como: questionar as sucessivas reeleições do vereador Derosso à presidência da Câmara, com também, não dar tréguas a vereadores e deputados que deverão seguir religiosamente os ditames de seus partidos, ficando terminantemente impedidos de apoiar o prefeito e o governador , sob pena  de perda de seus mandatos.
Outra questão não menos importante é o governo paralelo que Osmar Dias, Requião e Gleisi têm condições políticas de sobra para levar avante e com liderança e competência mostrar a população do Paraná a que veio  o novo governador, mostrar  o não cumprimento de suas promessas demagógicas  e, fiscalizar sem tréguas,  a aplicação dos recursos públicos.
Sidney Blumenthal estrategista democrata em seu livro “campanha permanente” alimentou há dois os republicanos que usaram essa estratégia contra Barack Obama e que,  agora, estão colhendo os frutos por impor  retumbante derrota nas eleições  Legislativas ao presidente Norte Americano. Fica o lembrete: não podemos fazer o mesmo em Curitiba e no Paraná?  O tempo dirá.

Edson Feltrin é advogado e militante do PDT e dos movimentos sociais.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Histórias das peladas

I

Chamava-se Carlão, um armário, e era nosso zagueiro. Um dia a mulher do cara veio ao jogo e começou a torcer por ele: "vai Pitoco... vai Pitoco... vai meu Pitoquinho!", gritava. Carlão nunca mais apareceu para uma pelada de final de semana. O segredo estava revelado.

Julgamento do esquema dos fantasmas do legislativo começa semana que vem

A temperatura volta a subir na Assembleia Legislativa do Paraná a partir da próxima semana. Segundo informa a Gazeta do Povo em sua edição de hoje, a juíza Angela Ramina, da 9.ª Vara Criminal de Curitiba, começa na próxima semana o julgamento do ex-diretor-geral da Assembleia do Paraná Abib Miguel, o Bibinho, num processo em que ele é acusado de desviar R$ 13 milhões, em valores não atualizados, dos cofres do Legislativo – o Ministério Público (MP), que investiga outras conexões do esquema, estima que o valor desviado possa ultrapassar R$ 100 milhões. Além de Abib Miguel, também são réus nesse processo os ex-diretores da Assembleia José Ary Nassiff (de administração) e Cláudio Marques da Silva (de pessoal). Outro acusado que faz parte da ação judicial é o funcionário do Legislativo João Leal de Matos. Este é o primeiro julgamento envolvendo as denúncias de irregularidades na As­­sembleia feitas pela série de reportagens Diários Secretos, da Gazeta do Povo e da RPC TV.

Os depoimentos dos acusados e das testemunhas de defesa e acusação, primeira fase do julgamento, devem acontecer durante toda a semana que vem. No total, foram arroladas 95 testemunhas – são 14 de acusação e 81 de defesa. Após os depoimentos e as alegações do MP e dos advogados de defesa, a sentença deverá ser proferida pela juíza. A estimativa é de que a sentença seja conhecida no início do mês de dezembro.

Haikai fantasma


veja o fantasma
escondido nas sombras,
o que o assombra?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Rifa das contas do funcionalismo pode aliviar caixa de Berto Richa

 C'est la vie, mes camarades!


Recado da Gleisi - A senadora eleita Gleisi Hoffmann (PT-PR) já mandou o recado ao governador eleito do Paraná, Carlos Alberto Richa, mais conhecido pela alcunha de Berto Richa (PSDB): nada de moleza, prometeu vai ter cumprir sem passar a conta para a presidente eleita Dilma (PT).


Muitas promessas e pouco caixa - Berto Richa encontra-se no Dilema elementar para quem fala muito contando com o ovo na frigideira, sem ter a penosa para botar o ovo, é claro: não há grana para suas promessas mirabolantes de campanha. Os cofres do governo do Paraná só têm grana para honrar compromissos de folha de pagamento e custeio geral da máquina. Dinheiro para novos investimentos nadinha. Dinheiro obtido a partir de empréstimos externo, também nequinha. O estado já está empenhado no limite da capacidade de endividamento. Isso sem contar que, caso fosse possível empréstimos internacionais, a fatura teria que ser abonada pelo Senado, que terá como senadores representando o Paraná, Roberto Requião (PMDB), Gleisi e o desafeto tucano de Berto, Alvaro Dias. Todos ávidos para cumprir a lei e a lei manda não emprestar nada.

Berto e os primeiros 100 dias - Outro problema de Berto Richa é vencer os primeiros 100 dias de gestão sem muitos desgastes. Pois bem, sem grana para obras, o negócio será fazer o que ele sempre fez para enganar a torcida: propaganda. O mercado publicitário está agitado e espera já para os primeiros dias de governo a realização da licitação para a publicidade do governo do Paraná. Ao contrário de Requião, Berto acredita na arte de iludir o povo com belas imagens e pouco serviço.

Rifa das contas do funcionalismo - Tem gente que até já encontrou solução para resolver o problema de falta de recursos, pelo menos para a propagando de Berto. A ideia é simples: rifar a administração da folha de pagamento para os bancos privados. Atualmente é o Banco do Brasil que faz este trabalho, baseado no mantra requianista "dinheiro público em banco público".

Itaú, bom companheiro - Na bolsa de apostas, vence a licitação o Banco Itaú, que já administrou as contas dos servidores do estado e consta como um dos principais doadores da campanha eleitoral de Berto. Correm por fora o Santander e o Bradesco.

Bolada para a propaganda - Na última licitação na Prefeitura de Curitiba (2008), o Santander levou as contas do funcionalismo por R$ 140 milhões. Fazendo as contas e levando-se em conta que o número dos funcionários ativos do estado passa de 160 mil, quase seis vezes o número de funcionários da prefeitura, a rifa tem que girar em torno de R$ 800 milhões, por baixo. Grana pouca para grandes obras, mas suficiente para pagar os "investimentos" em propaganda.

Empreiteira da Prefeitura de Curitiba é a maior doadora da campanha de Berto Richa

De acordo com a edição de hoje da Gazeta do Povo, a maior doadora da campanha de Berto Richa é a empreiteira Camargo Corrêa, que repassou R$ 1,5 milhão. A empreiteira mantém contratos com a prefeitura da capital – a empresa Cavo, que pertence ao grupo, é contratada pela administração municipal para recolher os resíduos de Curitiba. A empreiteira participou da construção da Linha Verde, uma das principais obras da gestão de Richa na prefeitura de Curitiba, e pode assumir a gestão do novo consórcio do lixo em Curitiba e região metropolitana.
Em 2009, a Camargo Corrêa foi alvo de uma operação da Polícia Federal batizada como Castelo de Areia. A empreiteira foi acusada na época de supostos crimes financeiros envolvendo doações para partidos políticos. A construtora não doou apenas para Beto Richa. De acordo com informações do TSE, a empreiteira repassou cerca de R$ 30 milhões em forma de doações para campanhas por todo o Brasil.
A segunda maior doadora de Beto Richa é uma empresa de Curitiba, com sede no bairro Mossunguê. A Supermax Brasil Importadora S/A doou R$ 1 milhão para a campanha do tucano. A principal atividade desta empresa é o comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, hospitalar e de laboratórios. A Supermax Brasil ainda doou outros R$ 70 mil – R$ 50 mil para o deputado estadual reeleito Alexandre Curi (PMDB), R$ 10 mil foram para a campanha de Sabino Picolo para deputado estadual e outros R$ 10 mil para Stephanes Júnior (PMDB).
Em 2007, a Supermax foi alvo de denúncias envolvendo o então candidato a deputado federal Reinhold Stephanes, que tinha recém-assumido o Ministério da Agricultura. O peemedebista, pai do deputado Stephanes Júnior, recebeu em 2006 doações de R$ 115 mil da empresa. Na época, o ministro foi acusado de fazer lobby em favor da Supermax, que estava proibida pela Anvisa de comercializar seus produtos.
A empresa Romani S/A Indústria e Comércio de Sal – responsável pela fabricação do sal Diana – aparece como a terceira maior doadora da campanha tucana. Em três transferências eletrônicas, a empresa doou R$ 780 mil para Beto Richa. Os bancos Itaú e BMG também doaram dinheiro. O Itaú repassou R$ 520 mil e o BMG cerca de R$ 500 mil – mesmo valor doado pela Companhia Me­­ta­­lúrgica Prada.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Guerrilheira



As mentiras dos barões vende-pátria
Chafurdam na densa lama da iniquidade.
Embora nunca tenham dado ao povo
Comida no prato, honra e dignidade,
Os sanguessugas queriam nossos votos
Trocados pela moral da malignidade.

Queriam nos vender suas torpes inverdades
E até ameaçaram fechar as portas dos céu
A quem fosse demasiado humano, gente decente:
- "Joguem na fogueira esses bárbaros incréus!",
Diziam à mulher que é dona de seu corpo
E aos operários que provaram dos verdugos o fel.

E o povo disse não e elegeu Dilma guerrilheira,
Mulher que deste país nunca desertou nem fugiu,
Mulher que enfrentou o preconceito desses machistas,
Mulher que tanta barbárie presenciou e assistiu.
Mulher que enche de orgulho a gente brasileira,
Mulher que enxugará as tristes lágrimas do Brasil!

PSDB, a direita revelada pela moral obtusa

Esta eleição serviu para demonstrar o que realmente é o PSDB, um partido de direita. Um partido que se escondeu por muito tempo vagando por entre o ilusionismo de centro, mas que na realidade não passa de um arremedo do que há de mais atrasado na política brasileira. Um partido que dizia defender as liberdades democráticas, mas não titubeou ao censurar pesquisas, blogs, revistas, jornais etc. Um partido que ocupou sem a menor cerimônia os espaços deixados pelos filhotes da ditadura abrigados no DEM e outros partidecos afeitos ao autoritarismo. Um partido que manipulou a imprensa e foi buscar no preconceito, e na corrompida e obtusa moral pretensamente cristã, fundamentos para enganar o povo.  Mas o povo não se deixou enganar e creio que, de ontem em diante, verá neste partido somente o que ele é, a direita na sua forma mais antidemocrática, um anacronismo político neste século XXI.

É DILMA LÁ!!!!!!!!!